De acordo com dados de 2013 da FAO, mais de 868 milhões de pessoas não consomem alimentos em quantidade suficiente para suprir suas necessidades diárias básicas de energia. Uma população estimada em dois bilhões de pessoas sofre os efeitos da deficiência de micronutrientes por não ter meios para consumir carnes, frutas e hortaliças nas quantidades necessárias. Resultados no combate à desnutrição nos países em desenvolvimento foram alcançados com a estratégia de fornecimento de suplementos de vitaminas e minerais para mulheres grávidas e crianças, além da fortificação de alimentos com esses nutrientes. No entanto, há limites para a fortificação e o fornecimento de suplementos comerciais.

O Projeto “Combatendo a Fome Oculta na América Latina: Cultivos Biofortificados com Melhor Qualidade Protéica e Maiores Teores de Vitamina A e Minerais Essenciais” (AgroSalud), desenvolvido de 2005 a 2011, foi concebido como uma complementação ao Programa Desafio em Biofortificação “HarvestPlus”, com ênfase na América Latina, tendo por objetivo melhorar a qualidade nutricional das principais culturas alimentares, adaptadas a zonas marginais desta região, e desenvolver produtos processados que poderiam ser utilizados para enriquecer a dieta alimentar da população rural e urbana da América Latina. O projeto HarvestPlus conta uma aliança de instituições coordenada pelo IFPRI e CIAT, e é financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates e pelo Banco Mundial. O elevado volume de resultados apresentados durante o projeto AgroSalud comprovou não só o potencial impacto positivo da estratégia de biofortificação como também a necessidade da continuidade de seu desenvolvimento numa segunda fase, agora chamada de Projeto HarvestPlus LAC, que também inclui a região do Caribe. A Coordenação das atividades do HarvestPlus LAC foi concedida à Embrapa, devido ao bom desempenho das atividades de biofortificação realizadas no Brasil. Os principais objetivos do projeto HarvestPlus LAC são: melhorar a qualidade nutricional das principais culturas alimentares adaptadas a zonas marginais da América Latina e Caribe, e desenvolver produtos processados que possam ser utilizados para enriquecer a dieta alimentar da população rural e urbana desta região. Serão priorizadas as atividades para a avaliação de adoção e de transferência de tecnologia nos estados do Maranhão, Piauí e Rio Grande do Sul que serão usadas como piloto para atividades do projeto na América Latina e Caribe. A identificação dos países prioritários será realizada através de diagnóstico e utilização do índice BPI (índice de priorização em Biofortificação). Nestes países serão montadas equipes locais para a realização das atividades definidas no plano de trabalho de cada país. Serão ainda criados Comitês Nacionais de Biofortificação em cada um desses países para garantir a sustentabilidade do projeto a longo prazo. Os comitês são compostos de: Instituições Nacionais e Internacionais de Pesquisa em Saúde e Agricultura, Instituições governamentais e não-governamentais e universidades. A gestão do projeto será realizada por um Comitê Gestor, constituído pelos responsáveis dos planos de ação, representantes de cada país, e presidido pelo líder do projeto.

O projeto é realizado em parceria com as unidades Embrapa Arroz e Feijão, Embrapa Hortaliças, Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Embrapa Meio-Norte, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Tabuleiros Costeiros, Embrapa Transferência de Tecnologia, Embrapa Clima Temperado, Embrapa Pantanal, Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Produtos e Mercados, Secretaria de Comunicação da Embrapa, Secretaria de Negócios da Embrapa, Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa. Com os centros de pesquisa nacionais Centro de Tecnologia de Embalagem do Instituto de Tecnologia de Alimentos (CETEA/ITAL), Instituto Federal do Triângulo Mineiro de Bambuí, Instituto Federal do Triângulo Rio Pomba, Instituto Federal do Triângulo de Inconfidentes, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundetec), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-RIO), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (AGERP); e internacionais Chinese Academy of Agricultural Sciences (CAAS), Plant, Soil & Nutrition Research Unit (PSNRU) – USDA/ARS, Cornell University, Flinders University, International Center of Tropical Agriculture (CIAT), International Food Policy Research Institute (IFPRI), International Institute of Tropical Agriculture (IITA), International Potato Center (CIP), International Maize and Wheat Improvement Center (CIMMYT), Latin American and Caribbean Consortium to Support Cassava Research and Development (CLAYUCA), Ohio State University (OSU), Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria (Corpoica), Ministry of Natural Resources and Agriculture of Belize. Com as entidades Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Maranhão (CONSEA-MA), Companhia Nacional de Abastecimento do Maranhão (CONAB), Secretaria de Agricultura Familiar do Maranhão, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social do Maranhão, Secretaria Adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional do Maranhão, Secretaria Extraordinária de Estado da Igualdade Racial do Maranhão, Secretaria Extraordinária de Estado da Igualdade Racial do Maranhão, Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário de Sergipe, Secretaria de Estado da Educação de Sergipe, Secretaria de Estado da Inclusão, assistência e do Desenvolvimento Social de Sergipe, Secretaria do Estado da Saúde de Sergipe, Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (Sedap), Secretaria Estadual de Educação e Cultura do Estado do Piauí, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (EMATER-MG), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí (EMATER-PI), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (EMATER-RS), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro (EMATER-RIO), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Maranhão, Secretaria de Agricultura do Município de Timbiras-MA, Secretaria de Agricultura do Município de Caxias-MA, Secretaria Municipal de Agricultura Pecuaria e Pesca Abastecimento de Alto Alegre-MA, Fundação Santa Ângela Pedro II-PI, Câmara Municipal de São Mateus do Maranhão-MA, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Queimada Nova, PI, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tanque, PI, COOSERT – Cooperativa de Serviços Técnicos de Coroatá-MA, Associação Regional das Escolas Família Agrícola do Piauí (AEFAPI), Associação de Produtores Rurais do Assentamento Centro da Cabeceira, Caxias-MA, Associação de Produtores Rurais da Localidade Barra do Saco, Codó-MA, Associação de Produtores Rurais do Assentamento Malhada, Canto do Buriti-PI, Associação de Produtores Rurais do Assentamento Angio Branco, Eliseu Martins-PI, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Eliseu Martins, Eliseu Martins-PI, Associação de Produtores Rurais do Assentamento 13 de Abril, Canto do Buriti-PI, Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Coroatá-MA. Com as empresas Empresa de Planejamento e Assessoria Técnica Agropecuária (Emplanta), Oeiras-PI, Transnordestina Logística S/A. Com as prefeituras de Capim Branco, MG, Monte Carmelo, MG, Itabirito, MG, Santa Vitória, MG, Patrocínio, MG, São Gabriel do Oeste, MS, Corumbá, MS, Pinheiral, RJ, Magé, RJ, Itaguaí, RJ, Sete Lagoas, MG, Cascavel, PR, Guaraniaçu, PR, Regeneração, PI, Municipal de São João do Soter, MA, Tanque, PI, Rio Negro, PR.

Este projeto vem desenvolvendo experiências que servirão de modelo para ações em toda a América Latina e Caribe.

O público alvo do projeto são moradores de regiões com índices relevantes de deficiência nutricional. Os principais beneficiários são pequenos agricultores inseridos no contexto de agricultura familiar, além de jovens e crianças e outros inclusos na comunidade rural.
Os produtos biofortificados estão sendo transferidos aos agricultores mediante parcerias com prefeituras, governo e outras instituições. Dentre as atividades organizadas para estreitar o diálogo entre a pesquisa e extensão, estão a realização de dias de campo e treinamentos de capacitação.

O canal da Rede BioFORT consta de 61 vídeos a respeito dos projetos de biofortificação no Brasil disponíveis em http://www.youtube.com.br/projetobiofort."