O crescimento da produção de pescado no Brasil impõe ao setor a necessidade de inovação em função da maior oferta e do interesse do consumidor em obter produtos alternativos para o tradicional pescado eviscerado resfriado e filés congelados. Além disso, a geração e acúmulo de resíduos da filetagem e de vísceras sugerem o desenvolvimento de potenciais coprodutos e agregação de valor a resíduos, inclusive com o intuito de mitigar efeitos ambientais do acúmulo de resíduos industriais no ecossistema no qual a indústria está inserida. Várias são as rotas que podem ser seguidas para inovar no setor. Entre elas consideram-se prioritárias as relacionadas ao abate dos peixes, padrão de qualidade e controle de riscos químicos e biológicos, padronização dos processos de obtenção de hidrolisados e de carne mecanicamente separada (CMS) dos resíduos de filetagem, bem como o uso de tecnologias, como a nanotecnologia, para o uso integral da matéria-prima e desenvolvimento de produtos derivados, a serem utilizados em diversas indústrias, integrando a cadeia do pescado a outros segmentos do setor secundário. Além disso, o uso racional da matéria-prima e mecanismos eficientes de gerenciamento dos resíduos sólidos se fazem necessários para a redução do impacto ambiental do crescente agronegócio do pescado. Espera-se, ao final do projeto, a obtenção de resultados que respondam aos desafios acima descritos, com protocolos mais eficientes e de abate de tambaquis, produtos derivados da CMS de tilápia, hidrolisado de gelatina, processo de curtimento de peles de peixes nativos e filmes biodegradáveis. Na linha de novos materiais e produtos, espera-se obter, a partir da gelatina e colágeno de tilápia, hidrogeis/aerogeis, nanoemulsões e nanofibras. Além desses, protocolos de economia do uso de água e aproveitamento de efluentes e modelo de gestão de resíduos sólidos no camarão e protocolos de boas práticas para reduzir riscos químicos e biológicos no pescado.