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Parâmetros de fotossíntese de cafeeiros foram comparados em diferentes sistemas de medição após experimento Face na Embrapa Meio Ambiente
Para avaliar ajustes e aclimatação de plantas às variações ambientais, as variações nas trocas gasosas foliares representam as respostas vegetativas primárias. Uma das maneiras de avaliar as respostas de folhas à variação de luz e outros fatores ambientais, tais como concentração atmosférica de CO2 e disponibilidade hídrica, é através da construção de curvas de respostas de fotossíntese à luz e por meio de interpretação dos parâmetros extraídos delas.
As cientistas Miroslava Rakocevic da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Rio de Janeiro, RJ) e Eunice Reis Batista da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) trabalharam com a hipótese de que dois sistemas diferentes de medições de trocas gasosas por absorção de radiação infravermelha apresentariam respostas comparáveis, permitindo interpretar respostas de cafeeiros às mudanças ambientais.
Para testar a hipótese, as informações provenientes de dois diferentes sistemas abertos de medições de trocas gasosas, LI- 6400 (LI-COR, Nebraska, USA) e LC-PRO (ADC BioScientific, Hertfordshire, UK), foram analisadas e comparadas. O estudo foi publicado no Brazilian Journal of Animal and Environmetal Research.
As medições foram realizadas após o encerramento do experimento FACE (Free-Air-CO2-Enrichment) em que cafeeiros foram cultivados ao longo de cinco anos sob duas concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2 ambiente e CO2 elevado).
De acordo com as autoras, as medições com LI- 6400 e LC-PRO, apresentaram ajustes excelentes quando os parâmetros estimados das curvas de resposta da fotossíntese à radiação fotossinteticamente ativa, foram comparados através de regressões lineares. A aplicação do teste estatístico Student revelou variações significativas entre os dois sistemas de medição nas taxas de fotossíntese e carbono intercelular, sendo que as principais diferenças estiveram relacionadas aos valores mais baixos de fotossíntese e de respiração no escuro. Os resultados obtidos pelos dois sistemas de medição são altamente compatíveis entre si na interpretação de impactos de tratamentos.
Conforme Miroslava, “após o experimento FACE, observou-se maior sensibilidade das plantas previamente expostas ao CO2 elevado, possivelmente causada por modificações do aparelho fotossintético das folhas que emergiram e se desenvolveram ao longo dessa exposição”.
Para Eunice Reis, “os resultados reforçam a mais simples das recomendações de boas práticas experimentais ensinadas nos cursos de pós-graduação – usar sempre o mesmo sistema nas medições ao longo de um experimento, caso contrário, algumas comparações espaciais ou temporais poderão ser a consequência de variabilidade entre os equipamentos e não decorrentes das modificações do ambiente testado. Caso precise usar diferentes equipamentos/sistemas, usar em estágios diferenciados de desenvolvimento vegetal, que não sejam comparados entre si", recomenda.
Projeto Face
Free-Air Carbon Dioxide Enrichment (Face), o primeiro experimento na América Latina e o primeiro no mundo com café, foi instalado na área do campo experimental da Embrapa Meio Ambiente para avaliar os impactos do aumento da concentração de dióxido de carbono do ar e disponibilidade de água na cultura do café, e também para analisar a vulnerabilidade e elaborar medidas de adaptação da cultura às mudanças climáticas.
O Projeto Face foi o primeiro passo da pesquisa brasileira para medir os impactos das mudanças climáticas sobre doenças, pragas e plantas invasoras de importantes culturas para o agronegócio brasileiro.
Para saber mais sobre esse projeto, acesse
Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
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