Embrapa Agrossilvipastoril
Arranjo de Melhoramento Genético de Hortaliças: novos desafios para PD&I
Arranjo de Melhoramento Genético de Hortaliças: novos desafios para PD&I
Arranjos - conjuntos de projetos convergentes, complementares e sinérgicos, organizados para fazer frente a desafios prioritários em determinado tema, preferencialmente a partir da visão conjunta de mais de uma Unidade da Embrapa. A definição do termo já dá uma ideia da abrangência e, por tabela, dos desafios do arranjo GenHort - construído com o objetivo de contribuir para a sustentabilidade e a competitividade da cadeia de valor de hortaliças, por meio do desenvolvimento e da disponibilização de germoplasma melhorado -, com carta-consulta aprovada pelo Sistema Embrapa de Gestão (SEG), em agosto último.
Capitaneado pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), o GenHort contará com parceiros internos e externos em iniciativas conjuntas e sinérgicas, integrando ações de pesquisa para o desenvolvimento de novas cultivares de hortaliças. Em princípio, participam do arranjo as Unidades Clima Temperado (Pelotas-RS), Semiárido (Petrolina-PE), Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), Agrossilvipastoril (Sinop-MT), Amazônia Ocidental (Manaus-AM), Amazônia Oriental (Belém-PA), Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE), Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), Agrobiologia (Seropédica-RJ), Roraima (Boa Vista-RR) e Labex Alemanha (Jülich-Germany). Desenvolvido com ampla participação do corpo técnico-científico da Unidade, o GenHort tem como participantes do grupo gestor os pesquisadores Leonardo Boiteux e Larissa Vendrame, ambos da área de Melhoramento Genético.
Segundo Vendrame, a maior complexidade do GenHort está na sua abrangência: são 50 espécies botânicas, ao contrário de outros arranjos de melhoramento genético que contam apenas com um produto. Para ela, um dos maiores desafios encontrados foi o de buscar uma forma de harmonizar e convergir todos esses produtos, ou seja, procurar uma lógica no meio da diversidade das hortaliças que são objeto dos projetos de pesquisa. "Nós decidimos então explorar uma ordem botânica e o sinergismo em seis famílias que possuem conservação dos genomas, do repertório gênico e da estrutura cromossômica, de forma que a pesquisa envolvendo um gene de resistência a uma doença da berinjela pode ser aplicada à mesma doença do jiló, por exemplo", explica a pesquisadora. "Com uma mesma ferramenta, pode-se resolver questões de tratos culturais e problemas bióticos e abióticos, compartilhados entre as espécies de uma mesma família", acrescenta.
INTERAÇÃO
Um ponto fundamental no desenvolvimento de arranjos diz respeito à necessidade de interatividade entre as partes envolvidas, e nesse quesito o GenHort se enquadra bem. Além dos projetos da Embrapa Hortaliças, também estão contemplados projetos em conjunto com outros centros de pesquisa, caso da Embrapa Clima Temperado, que lidera o programa de melhoramento genético de batata. Além das parcerias na Embrapa, a pesquisadora pretende envolver outras instituições, como o Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). "Além de fazer um levantamento dos dados econômicos das hortaliças contempladas, será necessário estudar as demandas futuras para o produtor, a indústria e o consumidor final".
Os próximos passos relativos ao GenHort serão a elaboração e submissão dos projetos na próxima chamada – propostas em arranjos aprovados. A Nota Técnica do arranjo será disponibilizada no Ideare, sistema acessado diretamente na web, que permite agilizar e flexibilizar a gestão da carteira de projetos da Embrapa.
Anelise Macedo (MTB 2749/DF)
Embrapa Hortaliças
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