Embrapa Amapá
Workshop faz balanço dos cinco anos do projeto Gestfrut
Nos dias 3 e 4 de setembro, a Embrapa Mandioca e Fruticultura realizou o V Workshop Gestfrut, que fez um balanço dos cinco anos do projeto Gestfrut (Estabelecimento de uma rede de pesquisa, transferência de tecnologia e inovação para a fruticultura do estado da Bahia, com base na articulação, gestão e comunicação), cujas atividades se encerram no próximo dia 10. Só este ano, foram 15 eventos de transferência de tecnologia (seminários e dias de campo), espalhados pelos principais polos de produção de frutas do estado.
O evento realizou um balanço do edital de fruticultura da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) com foco no estado da arte e demandas tecnológicas da fruticultura baiana e nos principais resultados e tecnologias geradas e qualificadas. Os participantes eram membros do comitê gestor, coordenadores dos projetos/edital fruticultura, representante da Fapesb (George Simon), dos comitês técnicos regionais, pesquisadores, professores e bolsistas.
A programação começou com o painel “O projeto Gestfrut e seus resultados”, moderado pelo professor Manoel Abilio de Queiroz, da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) – campus Juazeiro e membro do comitê gestor. O pesquisador Domingo Haroldo Reinhardt, coordenador do Gestfrut, apresentou as principais ações e resultados do projeto.
Em seguida, o pesquisador Clóvis Almeida, falou sobre o estado da arte da fruticultura baiana (desempenho produtivo, demandas tecnológicas e não tecnológicas) e distribuiu a publicação com esse conteúdo (informações abaixo). Depois o gestor do Núcleo de Ações Estratégicas (NAE), Carlos Estevão Cardoso, fez apresentação sobre o processo de qualificação de tecnologias geradas nos projetos de pesquisa do edital. Na sequência, foram apresentados alguns dos ativos tecnológicos gerados pelos projetos, agrupados em produto agroindustrial, processo agropecuário, insumo agropecuário e protótipo de máquinas, equipamentos e implementos.
“Fez parte do acompanhamento dos projetos o que chamamos de qualificação de tecnologias realizada pelo pessoal do NAE, que interagiu com os responsáveis pela execução dos diferentes projetos, levantando os resultados previstos na concepção e os efetivamente obtidos e qualificando esses resultados em Apoio à Inovação, Ativo Pré-Tecnológico e Ativo Tecnológico. Foram obtidos muitos resultados expressivos. O mais importante foi o exercício de imaginar o que fazer para que esses ativos efetivamente cheguem ao mercado, ou seja, quais são as ações necessárias para que, daqui pra frente, haja um bom nível de adoção dessas tecnologias geradas”, explicou Haroldo.
Outro destaque foi a palestra, no dia 4, do professor aposentado da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) Abel Rebouças sobre “A fruticultura no contexto da agricultura familiar”. “Não tenho dúvida de que talvez tenha sido um dos projetos da Fapesb com resultados mais positivos que nós tivemos nesses últimos anos. E isso é importante, porque a Fapesb precisa ter esses resultados em mãos. É importante que esse trabalho seja continuado”, avaliou o professor.
Uma análise do projeto
Haroldo salientou que o Gestfrut, desde a sua concepção, foi um projeto bastante original, diferente dos demais projetos da programação da Unidade. A Embrapa Mandioca e Fruticultura fomentou, junto à Fapesb, a criação do edital de fruticultura. O Gestfrut virou uma espécie de projeto guarda-chuva, não só com suas próprias metas para atender, mas também para acompanhar os demais projetos do edital.
“De certa forma, o Gestfrut foi parceiro da Fapesb também no acompanhamento do edital. E tinha suas metas próprias, bastante originais, como a construção de um Centro de Inteligência da Fruticultura Baiana [https://www.embrapa.br/centerfrut], aí à disposição, a promoção de treinamento de outros pesquisadores, gestores, no foco da pesquisa, lembrando sempre da necessidade de se chegar à inovação. Outra meta foi o levantamento e priorização das demandas tecnológicas da fruticultura baiana, um trabalho bastante árduo, que envolveu reuniões e várias visitas aos principais polos de produção de frutas do estado da Bahia. O levantamento e as demandas priorizadas estão aí para serem utilizados não só pela própria Fapesb como por todos os envolvidos na formação de políticas públicas no estado”, sinalizou Haroldo.
Com isso, destacou o líder do Gestfrut, o projeto permitiu que os pesquisadores conhecessem melhor a fruticultura baiana, o que foi importante para a construção da rede de PD&I na fruticultura do estado. “Hoje posso dizer, por exemplo, que conheço muito bem a maioria dos polos de produção de frutas da Bahia e suas demandas, seus anseios. Conseguimos por exemplo usar neste ano os recursos do projeto para promover uma série de eventos, em todos esses polos, já levando informação técnica útil para os agentes da cadeia produtiva. Essa rede foi construída também a partir dos próprios projetos do edital [22, no total], executados por oito instituições, trabalhando com pelo menos dez frutas diferentes”, acrescentou Haroldo.
As oito instituições são Embrapa, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Universidade Estadual de Feira de Santana, Universidade Federal da Bahia, Universidade do Estado da Bahia, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e Universidade Estadual de Santa Cruz e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Publicação
No workshop, foi distribuída a publicação “Fruticultura Baiana – Desempenho e demandas do setor produtivo”, de autoria dos pesquisadores Clóvis Almeida, Haroldo Reinhardt, Gilmar Santos, Arlene Oliveira, Áurea Albuquerque e José Souza. O documento registra os resultados dessas ações estratégicas, ou seja, dos levantamentos de demandas tecnológicas e não tecnológicas da cadeia produtiva de frutas nos principais polos baianos. Clóvis reiterou que a linguagem da publicação é bem clara, concisa e objetiva, para que essas demandas representem subsídios não apenas para a Fapesb no estabelecimento de novos instrumentos de apoio à rede de PD&I de fruticultura na Bahia, mas também para órgãos nas esferas municipal e estadual, na elaboração de políticas públicas em prol do progresso da fruticultura baiana.
Alessandra Vale (Mtb-RJ 21.215)
Embrapa Mandioca e Fruticultura
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