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Experimentos apontam melhores cultivares de hortaliças para Moçambique

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Foto: Agência de Notícias - Embrapa

Agência de Notícias - Embrapa - Experimentos apontam melhores cultivares de hortaliças para Moçambique

Experimentos apontam melhores cultivares de hortaliças para Moçambique

Em workshop realizado no início de agosto, pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) apresentaram para técnicos e agricultores de Moçambique os resultados preliminares das avaliações agronômicas de cultivares de hortaliças testadas nas condições de clima e solo do país africano.

O clima tropical e úmido de Moçambique dificulta o rendimento produtivo de variedades de hortaliças normalmente importadas da Europa e, somado a isso, a concorrência com a vizinha África do Sul, de clima temperado, torna mais urgente a necessidade de identificar cultivares adaptadas às condições moçambicanas e, assim, garantir produtividade e qualidade das lavouras olerícolas e também reduzir as importações.

Para atender a esse propósito, o "Projeto de Apoio Técnico aos Programas de Nutrição e Segurança Alimentar de Moçambique" – uma cooperação trilateral entre Brasil, Estados Unidos e Moçambique – promoveu a avaliação agronômica de cultivares de repolho, alface, cenoura, pimentão e tomate, em diferentes épocas do ano, para então apontar os materiais com melhor potencial.

Além da seleção de materiais produtivos, o projeto visa o aprimoramento dos sistemas de produção e a capacitação de extensionistas em técnicas de manejo pós-colheita e processamento de hortaliças e em técnicas de avaliação da qualidade e aceitação pelo mercado. E, para cumprir essas atividades, foi organizado um dia de campo, na Estação Agrária do Umbeluzi (EAU), para cerca de 90 agricultores provenientes de distritos produtores de hortaliças: Namaacha, Moamba, Boane, Matola e zonas verdes de Maputo, capital do país.

O dia de campo contou com cinco estações: compostagem e adubos orgânicos, da pesquisadora Ronessa Sousa; qualidade pós-colheita, da pesquisadora Neide Botrel; sistemas de irrigação, do pesquisador Henoque Ribeiro; produção de mudas de hortaliças, do pesquisador Francisco Vilela; e traça-das-crucíferas, coordenada pela Universidade Eduardo Mondlane.

"Como a agricultura de Moçambique é convencional, eles utilizam adubos minerais, quase sempre sem a devida proteção na hora da aplicação do produto. Por isso, foi muito interessante expor sobre compostagem e adubos orgânicos, já que eles podem aproveitar resíduos da propriedade e, assim, garantir uma economia com insumos e evitar danos para saúde", analisa a agrônoma Ronessa, que pensa ser possível utilizar práticas mais sustentáveis no sistema convencional já que uma transição agroecológica não se encaixa no atual momento da agricultura moçambicana, ainda muito incipiente.

O projeto de cooperação técnica (PCT), que terminaria em novembro próximo, foi prorrogado até final de 2014 e a próxima etapa será a avaliação do terceiro e último ciclo experimental para que, então, após reunir todos os resultados, sejam implantadas unidades demonstrativas em áreas de produtores. "Nesse momento, vamos trabalhar basicamente com transferência de tecnologia para o agricultor que, ao ver os experimentos em sua propriedade, tende a assimilar e a incorporar melhor os conhecimentos apurados", pontua o pesquisador Francisco Vilela.

Cooperação técnica
O "Projeto de apoio técnico aos programas de nutrição e segurança alimentar de Moçambique", que iniciou em 2010, é uma cooperação trilateral entre Brasil, Estados Unidos e Moçambique. Financiada pelos governos brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e norte-americano, via Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), a iniciativa tem como representante do governo moçambicano o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).

No Brasil, é coordenada pela Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa e executada pela Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) e pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro/RJ). O projeto ainda tem colaboração das universidades norte-americanas Michigan States University (MSU) e Florida University (UF). A cooperação técnica conta com ações em todo o circuito de produção e consumo de hortaliças em Moçambique, em três componentes principais: estudos socioeconômicos; sistemas de produção; e pós-colheita e processamento.

Paula Rodrigues – Jornalista (MTB 61.403/SP) 
Embrapa Hortaliças
(61) 3385-9109 / paula.rodrigues@embrapa.br

Embrapa Hortaliças

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