O pesquisador da Embrapa Pantanal Frederico Lisita realizou uma palestra sobre ingredientes alternativos na alimentação animal durante a Semana do Técnico Agrícola, promovida neste mês de junho pela Fundação Bradesco. A palestra foi assistida por estudantes do segundo e terceiro ano do ensino médio da Escola de Bodoquena, que forma técnicos em agropecuária e é mantida pela Fundação em Miranda, MS. Segundo Frederico, o objetivo desse contato era criar uma reflexão nos alunos sobre as possibilidades e vantagens da substituição de alguns ingredientes na alimentação de ruminantes e não ruminantes. "Falamos de diversas fontes com as quais estamos trabalhando aqui. Um exemplo é a produção de feno com espécies alternativas", diz o pesquisador. A produção de feno é uma forma de suprir a falta de nutrientes sofrida pelos ruminantes durante a estiagem na área do Pantanal e entorno. O pesquisador sugere que o feno seja feito com espécies abundantes na região de alto teor proteico – como a moringa, a leucena, a aromita e o algodão-seda (ainda que estas duas últimas sejam consideradas invasoras). Ele afirma também que é possível usar o acuri e a bocaiuva como parte da suplementação da dieta desses animais. Ainda de acordo com Frederico, outro tema discutido durante a palestra foi um projeto de pesquisa desenvolvido em parceria com a Fundação Bradesco. Nesse projeto, o pesquisador investiga a substituição de ingredientes tradicionais da ração de galinhas poedeiras, como o milho e a soja, por raiz de mandioca e moringa, por exemplo, usando a bocaiuva como aditivo. "O motivo dessa substituição é diminuir custos e reduzir a dependência de insumos que vêm de fora da nossa região", afirma Frederico. O pesquisador conta que muitos dos estudantes ficaram surpresos com o uso desses ingredientes na alimentação animal. Ele ressalta a importância de se usar dados científicos para realizar essas substituições com eficiência. "Isso pode ser feito sem perda de desempenho do animal, desde que seja feito o balanceamento da dieta. Através da substituição, a gente deve conseguir a mesma quantidade de proteína e energia que esses animais precisam para sobreviver e produzir", afirma Frederico.