Quintais Orgânicos agrega novas sementes ao projeto
14/08/14
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Segurança alimentar, nutrição e saúde
Quintais Orgânicos agrega novas sementes ao projeto
Foto: Paulo Lanzetta
BRS Amélia é uma das cultivares de batata-doce que passam a integrar o kit de sementes do projeto
O Estado do Rio Grande do Sul possui características ambientais que propiciam a exploração de matérias-primas renováveis e de múltiplo propósito como a batata-doce. Rica fonte de vitamina C, antocianinas e fibras, a batata-doce é constantemente utilizada em dietas e pode ser uma opção para os pequenos produtores. Por isso, a partir de agosto, os beneficiários do Projeto Quintas Orgânicos de Frutas passaram a contar com o apoio do pesquisador Luís Antônio Suíta – que realiza pesquisas com a cultura da batata-doce na Embrapa Clima Temperado, em Pelotas/RS –, o que resultou na incorporação de três cultivares da hortaliça ao projeto: BRS Cuia, BRS Amélia e BRS Rubissol. Com isso, o kit de sementes e mudas será ampliado para 38 alimentos, favorecendo cerca de 250 contemplados.
Estas variedades foram lançadas há três anos pela Embrapa Clima Temperado e, nesse período, já têm apresentado resultados relevantes. A BRS Amélia destaca-se pela grande aceitação entre os consumidores, devido ao sabor e cor de polpa. A BRS Cuia é muito produtiva e supera as médias nacionais e gaúchas de produção. E a BRS Rubissol destaca-se pela expressiva produtividade, pela boa uniformidade e pela aparência.
O investimento necessário para adquirir as plantas é relativamente alto, se comparado a outras culturas, mas se justifica pela produtividade. Um hectare com 25 mil mudas resulta em cerca de 60 toneladas de batata ao final da colheita – que geralmente é feita entre abril e maio. Além disso, a plantação ainda pode ser alternativa para o pequeno produtor na substituição de vários pratos da alimentação básica, como, por exemplo, o pão. O excesso de produção ainda pode ser transformado em farinha para alimentação animal.
Manejo
O cultivo da batata-doce pode se estender em um mesmo local por centenas de anos. A cultura é resistente à seca, tem boa adaptação a solos com baixa ou média produtividade e um ciclo produtivo curto, que dura em média 140 dias. Entretanto, mesmo com facilidade de adaptação, a batata-doce necessita de alguns cuidados. Por se tratar de uma planta multiplicada pelo próprio caule, o filtro de doenças que geralmente ocorre nas sementes deixa de existir. Desta maneira, a cultura acumula, ao longo dos anos, problemas e doenças que são repassados para as novas gerações.
Mas esses problemas podem ser resolvidos facilmente. Basta que as mudas sejam submetidas a um processo de purificação para serem limpas de doenças e retrocederem ao estado em que foram colocadas no solo, podendo recuperar até 90% de sua produtividade. É preciso atentar para a época escolhida para iniciar a plantação. As batatas-doce são sensíveis a geadas e o plantio deve ser feito a partir de agosto, para que durante o ciclo a cultura não seja exposta a fenômenos climáticos.
A produção de mudas limpas de batata-doce é um processo recente realizado pela Embrapa Clima Temperado, mas de grande importância para o bataticultor que pretende investir em uma nova fonte de renda. Antes, o cultivo de batata-doce era voltado somente à subsistência familiar. "As cultivares novas ultrapassam isso. Agora os agricultores podem produzir em escala comercial", explica a supervisora do programa de Transferência de Tecnologia da Embrapa em Pelotas, Andréa Noronha.
Colaboração:
Ariadne Siqueira
Estagiária
Francisco Lima (13696 DRT/RS)
Embrapa Clima Temperado
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clima-temperado.imprensa@embrapa.br
Telefone: (53) 3275-8206
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