19/12/14 |   Agricultura familiar  Agroindústria

Plano para desenvolvimento do APL Alimentos apresenta resultados

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Professor da UFPel apresenta os resultados do levantamento coletado no último ano

Professor da UFPel apresenta os resultados do levantamento coletado no último ano

Foi lançado, na tarde de quinta-feira (18), o Plano de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local (APLs) de Alimentos da Região Sul. O levantamento, coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), foi realizado junto aos integrantes do APL para apontar suas necessidades e nortear ações futuras. No documento foram apontadas trinta e duas medidas para suprir as principais demandas dos produtores e agroindústrias locais. A apresentação, feita no prédio do Lyceu Rio-grandense, contou com a presença de mais de 60 pessoas, entre produtores, autoridades e representantes das 13 instituições que compõem a governança do arranjo. Na sequencia, também foi inaugurada a Banca 78 no Mercado Público Pelotense – uma das primeiras ações do plano para comercialização dos produtos.
 
O plano foi elaborado a partir da caracterização do sistema de produção da região: 66 empresas especializadas em mel, sucos e geléias, hortaliças e condimentos participaram das análises. Os aspectos observados pelos professores da UFPel, bolsistas e a equipe de governança do APL, foram divididos em sete grupos: comercialização do produto, aspectos legais, operações (compras e produção), sustentabilidade, recursos humanos, inovação e cooperação.
 
Durante a solenidade houve ainda assinatura do convênio de cessão da Banca 78 do Mercado pela Prefeitura à Cooperativa Agropecuária de Arroio do Padre (Coopap), representando o APL. Compuseram a mesa a vice-reitora da UFPel, no exercício da Reitoria, Denise Gigante; o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon; a gerente regional da Emater/Ascar-RS, Karin Peglow; o secretario municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Fernando Estima; o pró-reitor adjunto de extensão do Instituto Federal Sul-Rio-grandense (IFSul), Miguel Baneiro; e o representante do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA), Ernesto Martínez. 
 
Resultados
Para o professor da UFPel, Felipe Herrmann, responsável pelo levantamento, uma das principais inovações e também preocupações das empresas é a produção de base ecológica. "Notou-se uma vontade muito grande de fazer o processo de expansão do ambiente de produção, de inovar, principalmente no ambiente de agroecologia. Cerca de 80% das empresas demonstraram essa preocupação", afirmou.
 
Outro aspecto apresentado por Herrmann é o interesse dos produtores em se capacitar e participar de palestras e seminários. Segundo o levantamento, as empresas afirmam saber produzir, mas agora buscam se capacitar em outras frentes, principalmente no que diz respeito ao gerenciamento das vendas.
 
O diagnóstico da região apontou ainda que grande parte dessas empresas se preocupa com os aspectos legais, estando 80% delas de acordo com a legislação. As principais deficiências apresentadas na região dizem respeito à falta de estrutura de armazenamento dos produtos e baixa qualidade de energia elétrica. Além da carência de financiamento para aumentar a área de produção e investir em máquinas e equipamentos para a pequena produção. 
 
Ações
A partir do diagnóstico, foram traçadas as ações que visam desenvolver as necessidades apresentadas pelas empresas pesquisadas. Essas ações dirão respeito, principalmente, à cooperação, à gestão em compras e vendas, à promoção e divulgação do arranjo, a políticas públicas e também à estrutura e infra-estrutura para a produção. As ações devem ser postas em prática já no ano que vem.
 
A inauguração da Banca 78 é uma dessas medidas, pois além de ser um espaço para a comercialização dos produtos, é uma forma de divulgar o APL e, mais do que isso, representa a interação do consumidor com o produtor. "Estamos estabelecendo a conexão da agropecuária com o mercado, com a cidade. Aqui o produtor tem a garantia da venda das mercadorias", disse o coordenador do APL Alimentos, Daniel Aquini. 
 
Para o produtor Carlos Gustavo Lapschies, os agricultores hoje só plantam se tiverem para quem vender e a banca fornece a eles essa garantia. "Muitos produtores deixaram de sair do campo ou de plantar por causa da segurança da venda que a banca e também as demais medidas do plano garantem", contou.  
 
APLs
Os Arranjos Produtivos Locais unem diversas empresas, produtores e instituições da mesma região para buscar melhores resultados para o negócio e seus clientes. Os arranjos são coordenados pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção de Investimento (AGDI), braço operacional da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) do Governo do Estado. O trabalho é uma forma de incentivo ao desenvolvimento local.
 
APL Alimentos
Alguns produtos se destacam no APL Alimentos e, por isso, se tornaram os "carros-chefe" do arranjo. As hortaliças são tradicionais dentre os agricultores familiares da região e abastecem o mercado institucional, feiras livres e, inclusive, a merenda escolar. O mel, que representa cerca de mil produtores e uma produção de mais de cem toneladas anuais. As frutas, sendo o pêssego o principal produto, mas também englobando o figo e a ameixa em calda, saladas de frutas, polpas para confeitaria, abacaxi e goiabada. E, finalmente, os condimentos, cadeia composta por produtores do setor primário e terciário, destacando-se pela produção de pimenta vermelha, cebola e alho.
 
Colaboração: Raphaela Suzin
 

Francisco Lima (13696 DRT/RS)
Embrapa Clima Temperado

Contatos para a imprensa

Telefone: (53) 3275-8206

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Galeria de imagens

Encontre mais notícias sobre:

aplarranjos-produtivos-locaisbanca-78plano-de-desenvolvimentoalimentos