Pesquisadores debatem produção integrada e zoneamento agrícola com a cadeia produtiva do amendoim
Pesquisadores debatem produção integrada e zoneamento agrícola com a cadeia produtiva do amendoim
Foto: Augusto Costa
A Embrapa esteve presente ao encontro para tratar sobre as novas perspectivas e ações para a produção integrada de amendoim e zoneamento agrícola para cultura
Conhecida como a Capital do Amendoim do Estado de São Paulo, a cidade de Jaboticabal, interior paulista, sediou na semana passada o XV Encontro sobre a Cultura do Amendoim, evento que reuniu produtores, técnicos, professores, estudantes e pesquisadores do Brasil e do exterior para divulgar os últimos avanços da pesquisa sobre o manejo da oleaginosa. O evento aconteceu no campus da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP. A Embrapa esteve presente ao encontro para tratar sobre as novas perspectivas e ações para a produção integrada de amendoim, tema da palestra ministrada pelos pesquisadores Augusto Costa e Dartanhã Soares.
Durante a palestra, o pesquisador Augusto Costa enfatizou a importância da capacitação em produção integrada para a cultura do amendoim (PI-amendoim) para a obtenção da certificação da produção, facilitando o acesso aos mercados nacional e internacional. O pesquisador também abordou a revisão da grade de agrotóxicos para a cultura e a instalação de uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) na próxima safra numa das regiões produtoras do estado de São Paulo. “O objetivo da URT é divulgar a PI-amendoim para que o setor entenda como o sistema funciona e seus benefícios, visando a adoção cada vez maior por parte dos produtores”, afirma.
O pesquisador Dartanhã Soares fez um alerta sobre a doença conhecida com carvão do amendoim. “Essa doença tem ocasionado graves prejuízos na Argentina e, caso venha a ser introduzida nas áreas comerciais de produção de amendoim do Brasil pode ter um grande impacto na redução da produtividade, com possíveis desdobramentos em restrições de exportação”, adverte.
Na ocasião, também foram apresentados os resultados do novo zoneamento agrícola de risco climático (ZARC) para a cultura do amendoim, validado ao final do primeiro dia do encontro por representantes do setor produtivo. O novo zoneamento foi apresentado pelo pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Eduardo Monteiro, gestor da rede ZARC-Brasil, e pelos pesquisadores da Embrapa Algodão, Augusto Costa, Dartanhã Soares e José Rodrigues Pereira.
“Anteriormente o ZARC previa uma janela muito estreita para o plantio de amendoim no estado de São Paulo, que era pouco condizente com o praticado, uma vez que a mesma abria em 1º de setembro e fechava em 31 de outubro. Isso dificultava as solicitações de amparo às políticas públicas como Proagro, Proagro Mais, Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), Garantia Safra, entre outras, as quais devem obrigatoriamente seguir o ZARC”, explica Dartanhã.
Com o novo zoneamento proposto, houve uma ampliação da janela de plantio, que passará a se estender desde 21 de setembro até 31 de dezembro. A previsão é que a portaria do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento com o novo zoneamento seja publicada a tempo para o plantio da safra 2018/2019.
A participação da Embrapa Algodão ainda contou com a apresentação de trabalhos sobre desenvolvimento de cultivares, especialmente para o Cerrado, abrangendo os estados do Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia, além de São Paulo e Minas Gerais. O programa de melhoramento da cultura do amendoim é liderado pela pesquisadora Taís Suassuna e os trabalhos foram apresentados no evento pelo técnico Jair Heuert.
Durante o evento também foram realizadas palestras sobre: Panorama e perspectivas do cultivo do amendoim no mercado interno e externo, Efeito do armazenamento de sementes no vigor de sementes e plântulas, Controle de plantas daninhas, Melhoramento genético do amendoim e Tecnologia de aplicação de herbicidas, entre outras.
Segundo dados da Conab, o Brasil produziu 466 mil toneladas de amendoim no ano passado, sendo que Jaboticabal processou mais de 120 mil toneladas.
Edna Santos (MTB-CE 01700)
Embrapa Algodão
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