RS: lideranças discutiram otimização dos cultivos de inverno
RS: lideranças discutiram otimização dos cultivos de inverno
Uma reunião no Palácio Piratini, sede do Governo do Rio Grande do Sul, no dia 26/01, ampliou a discussão sobre a otimização dos cultivos de inverno visando a competitividade do agro gaúcho. O evento foi promovido pelo Governador em exercício Ernani Polo, atendendo demanda da Associação Brasileira de Proteína Animal, com apoio da Embrapa.
O cultivo de grãos nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina está concentrado no verão, quando o monocultivo da soja predomina com a crescente redução das áreas de milho. Nos dois estados, são contabilizados quase 9 milhões de hectares em cultivo de grãos no verão e, aproximadamente, 1,3 milhão de hectares no inverno (Conab2020). Aproveitar a área de inverno, que muitas vezes fica em pousio ou com plantas de cobertura que não geram renda, para suprir a demanda de matéria prima para ração na indústria de carnes e derivados, foi o objetivo do encontro que reuniu lideranças políticas, instituições financeiras, cooperativas, extensão rural, pesquisa, entidades federativas e relacionadas ao setor de proteína animal.
Com participação remota, a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina colocou a Embrapa à disposição dos participantes para contribuir com conhecimentos técnicos que sustentam a iniciativa: “Um segmento que gera emprego, renda e fornece alimento para tanta gente não pode ficar à mercê do clima, como vem acontecendo com a frustração da safra milho. Os conhecimentos da Embrapa podem e devem ser aplicados para ajudar neste processo”.
A Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS) e a Embrapa Suínos e Aves (Concórdia, SC) trabalham há mais de uma década em parceria com o setor de proteína animal para desenvolver conhecimentos que possibilitem o uso dos cereais de inverno em substituição ao milho e à soja na elaboração da ração animal. De acordo com o Chefe de Transferência de Tecnologias da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, diversos resultados de pesquisa já estão à disposição do mercado, com crescente aprimoramento das informações: “Passamos agora a caracterização das cultivares para detalhar atributos de interesse específicos para a indústria de proteína animal, como energia, lisina, cistina, triptofano, proteína e outros fatores que até então não tinham sido demandados pelo mercado do trigo”.
O Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Osvaldo Vieira, destaca a oportunidade de ampliar a área com culturas de inverno rentáveis, como trigo, triticale, cevada e aveia visando o mercado de proteína animal: “Cabe a Embrapa disponibilizar tecnologias e conhecimentos que suportem este novo cenário para os cultivos de inverno. Ampliar a área produtiva no inverno certamente vai impactar positivamente todos os elos relacionados aos cereais de inverno, seja no setor produtivo, na movimentação financeira, na pesquisa, na assistência técnica, na indústria. A Embrapa é parceira neste processo”. Ele lembra, ainda, que a intensificação do uso das terras no inverno do sul do Brasil, além de recomendável técnico, econômico e ambientalmente, não conflita com os cultivos de verão, favorecendo os resultados no sistema de produção.
Uso de cereais de inverno na ração animal
Joseani Antunes (MTb 9693/RS)
Embrapa Trigo
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