26/10/15 |   Recursos naturais

Pesquisadora Clara Goedert é homenageada por sua contribuição à pesquisa com recursos genéticos no Brasil

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Foto: Fernanda Diniz

Fernanda Diniz - Clara Goedert recebe homenagem da presidente do 10º Sirgealc, Rosa Lía Barbieri

Clara Goedert recebe homenagem da presidente do 10º Sirgealc, Rosa Lía Barbieri

Deferência aconteceu durante a abertura do 10º Sirgealc em Bento Gonçalves, RS.

A pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Clara Goedert foi uma das homenageadas durante a sessão de abertura do 10º Simpósio de Recursos Genéticos para América Latina e Caribe (10º Sirgealc), ontem (26/10), em Bento Gonçalves, RS. Ela e outros três pesquisadores - Manoel Abílio de Queiroz (Embrapa Semiárido), Renato Veiga (Instituto Agronômico de Campinas - IAC) e Maria Irene Baggio (Embrapa Trigo)- receberam a deferência pelo pioneirismo no desenvolvimento desses estudos no País, aos quais se dedicam por mais de quatro décadas, O 10º Sirgealc reúne mais de 400 participantes de 15 países (Brasil, México, Uruguai, Colômbia, Argentina, Bolívia, Costa Rica, Estados Unidos, Noruega, Equador, Chile, Rússia, Peru, Itália e Canadá na serra gaúcha entre os dias 26 e 29 de outubro para discutir ações relacionadas à conservação, caracterização e uso sustentável de recursos genéticos de plantas, animais e microrganismos, além de compartilhar experiências, metodologias e resultados de pesquisa nessas áreas de atuação.

Trata-se do principal fórum internacional de intercâmbio técnico-científico na área de recursos genéticos e reúne, a cada dois anos, representantes de diferentes segmentos que atuam nessa área, incluindo curadores de bancos genéticos, representantes de redes de recursos genéticos, pesquisadores, professores universitários, estudantes de graduação e de pós-graduação.  Em sua 10ª edição, o evento está sendo realizado este ano em parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Sociedade Brasileira de Recursos Genéticos (SBRG).

A sessão de abertura contou com as presenças dos chefes-gerais das unidades de Clima Temperado (Clênio Pillon) e Uva e Vinho (Mauro Zanus) da Embrapa em Pelotas e Bento Gonçalves, respectivamente, e do Diretor-Executivo de Transferência de Tecnologia, Waldyr Stumpf

Homenageados recebem obra de arte personalizada de artista plástico de Pelotas

"Em comum, os quatro homenageados têm a dedicação de uma vida inteira às pesquisas de recursos genéticos no Brasil, além de serem desbravadores desses estudos no País", explica a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado e presidente do 10º Sirgealc, Rosa Lía Barbieri. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Recursos Genéticos (SBRG), Marcos Gimenes, que também é pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, eles representam exemplos a serem seguidos, pois começaram a se interessar por esse tema quando ainda não era reconhecido no Brasil. "Hoje, se sabe que os recursos genéticos de plantas, animais e microrganismos são a base da nossa alimentação e do agronegócio brasileiro. O desenvolvimento da agricultura sob bases sustentáveis depende do conhecimento e conservação adequada desses recursos", completa Gimenes.

Os recursos genéticos são a base da vida e, por isso, cada homenageado, recebeu uma mãe-terra esculpida pelo artista plástico de Pelotas, Madu Lopes, em porongo ou cabaça (fruto muito utilizado na confecção de artesanato e fabricação de cuias) personalizada com as espécies vegetais às quais se dedicam ao longo de suas trajetórias profissionais. "A mãe terra foi escolhida por gerar em seu ventre a origem da vida, assim como os recursos genéticos, que são a base da nossa diversidade genética", explicou Rosa Lía.

Ao receber a homenagem-surpresa, a pesquisadora Clara Goedert afirmou estar muito satisfeita porque "a semente que plantou há mais de 40 anos no Brasil vingou", comemorou.

Diretor da Embrapa reforça a importância dos recursos genéticos para a sociedade global

O ano de 2015 comemora a volta do Sirgealc para o Brasil. O evento começou a ser realizado no País em 1997, depois passou por vários países da América Latina e este ano volta a ser realizado em casa.

Segundo o diretor de TT da Embrapa, a abundância e diversidade dos agroecossistemas brasileiros endossam o que Pero Vaz de Caminha constatou ao descrever a nova terra descoberta há 515 anos -"em se plantando tudo dá". "E deu mesmo", ressaltou Stumpf, lembrando que grande parte das conquistas alcançadas hoje na área agrícola se deve à pesquisa desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições públicas e privadas de pesquisa e ensino.

"Graças a todo o conhecimento investido em ciência e tecnologia, conseguimos que produtos como soja, milho e leite sejam produzidos em todo o País, além de algumas frutas e hortaliças, que hoje têm suas áreas de cultivo ampliadas. Como é o caso, por exemplo, de pêra, maçã e uva, que antes eram restritas à região sul, e hoje são plantadas com sucesso no nordeste", completou o diretor.

Mas, apesar de todo o êxito obtido na agricultura brasileira, Stumpf faz questão de ressaltar que os desafios nessa área são permanentes. "Hoje, contamos com fortes aliadas à disposição da ciência, como a biotecnologia e a nanotecnologia, por exemplo, para enfrentar os grandes desafios que temos pela frente, como as mudanças climáticas, entre outros", finaliza.

Fernanda Diniz (MTB 4695/89)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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