Construção da sede da Embrapa Alimentos e Territórios impacta economia local
Construção da sede da Embrapa Alimentos e Territórios impacta economia local
Com início em janeiro deste ano, a obra da sede da Embrapa Alimentos e Territórios, em Maceió (AL), já gerou mais de 90 empregos diretos para moradores das comunidades do entorno e vem impactando a economia local. Os recursos aportados pelos governos federal e estadual, pela bancada parlamentar de Alagoas e pelo Novo Programa de Aceleração e Crescimento (Novo PAC) estão permitindo a requalificação e a reconstrução de uma estrutura que marcou a história do estado.
O arquiteto Paulo Malucelli, da JPM Arquitetura Ltda., empresa que venceu a licitação para elaborar os projetos construtivos, relata que são cerca de 7 mil metros quadrados de área construída, num projeto de engenharia sofisticado, que busca preservar ao máximo o que foi deixado pelo tempo. “Trata-se de um projeto interessante porque vai criar um conceito de renovação das ruínas dos prédios antigos abandonados dessa região, contemplando uma série de laboratórios e auditórios, e que vão trazer um uso muito interessante para Maceió.”
Aos poucos as antigas instalações da Fábrica da Saúde, construída a partir de 1923 e que estava abandonada desde 1983, vão modificando a paisagem do povoado. Além de gerar empregos, a obra está contribuindo para a ampliação de serviços de infraestrutura executados pelos governos municipal e estadual, beneficiando a comunidade local. Entre as obras públicas iniciadas após a vinda da Embrapa, estão as de saneamento básico, a melhoria do asfaltamento da estrada que corta o povoado e a rede de internet.
“Cerca de 18% dos recursos recebidos do Novo PAC, ou R$ 12,6 milhões, já estão empenhados”, esclarece o chefe-adjunto de Administração, Fábio Soares. Outros R$ 30 milhões, provenientes dos recursos das emendas parlamentares, complementam os valores aportados em 2024. Ao todo, serão mais de R$ 42 milhões investidos na obra. Ainda haverá aporte de R$ 56 milhões do Novo PAC, que serão aplicados na aquisição de equipamentos, sistema de monitoramento e vigilância, mobiliário e sistema de comunicação, entre outros.
Até o começo de agosto, 19,17% da obra já havia sido executada pelo Consórcio Cony-Tec, cujo contrato vai até dezembro de 2025. A fase inicial é sempre mais morosa porque depende de documentação, como as licenças ambientais, e do preparo do terreno. Além disso, houve um período bastante crítico, entre março e julho, com aumento considerável de chuvas, mas ainda assim o cronograma está dentro do estabelecido.
“Felizmente já conseguimos fazer toda a parte de estrutura de concreto, que é a mais complicada. Agora estamos na fase de execução dos telhados, que vai propiciar abrir várias frentes nas instalações, nos acabamentos”, explica Alessandro Kremer, engenheiro da Gerência-Geral de Infraestrutura e Sustentabilidade (DEGG/GIS) e fiscal técnico da obra. Segundo ele, a expectativa é que, até o final de 2025, a obra esteja concluída para então se iniciar a instalação de equipamentos para que a Unidade comece a operar no local.
“Toda a nossa equipe está envolvida nesse esforço de construção coletiva, que começou há seis anos”, diz o chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios, João Flávio Veloso. “Também estamos fazendo várias ações de aproximação dos nossos empregados com o espaço e os moradores do entorno”, conta. Uma delas foi o plantio do Bosque da Saúde, que envolveu os empregados e seus familiares. Outra equipe está empenhada na especificação dos mobiliários, máquinas, implementos agrícolas e equipamentos de laboratórios.
Na nova sede a UD vai poder dar mais densidade e visibilidade a seus projetos de pesquisa e ações de inovação e TT, conforme Veloso. Os principais temas de atuação são segurança alimentar e nutricional, inovação social, desenvolvimento territorial e sustentabilidade, cidades e alimentação, valorização dos produtos agroalimentares brasileiros, biodiversidade e cultura alimentar, e conhecimento etnobotânico e antropológico associado a produtos alimentares.
Os gestores acreditam, ainda, que a Embrapa Alimentos e Territórios pode catalisar o desenvolvimento da pesquisa científica em alimentação, impulsionando o trabalho de outras instituições que atuam na região. O chefe de PD&I, Ricardo Elesbão, espera que com a conclusão da obra e a ampliação da equipe técnica, a partir das contratações que serão feitas via concurso público, em dois a três anos a UD esteja com plena capacidade de operacionalizar todas as suas linhas de pesquisa.
“Vamos ter dois complexos laboratoriais: um de etnoconhecimento e conservação dinâmica da sociobiodiversidade, e outro complexo focado em tecnologia e inovação alimentar para a gastronomia. Boa parte das pessoas que vão trabalhar nesse segundo complexo laboratorial voltado para a gastronomia vai ser contratada pelo concurso”, informa Elesbão.
Há uma grande expectativa tanto da equipe como da população alagoana para que a obra seja concluída e possa abrigar os empregados que, atualmente, estão alocados em uma estrutura provisória na Secretaria da Agricultura e Pecuária de Alagoas. “A população do entorno da sede da Embrapa já está bem ávida por conta do que virá, que é a geração de emprego e melhoria do entorno no aspecto geral”, afirma Cleidimar de Sousa, engenheiro do Consórcio Cony-Tec.
Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP)
Embrapa Alimentos e Territórios
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