No agroecossistema formado por diferentes espécies cultivadas, a mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B tem sido entrave à produção causando danos, sugando a seiva das plantas, injetando toxinas e transmitindo vários Begomovirus. As perdas estimadas da produção das culturas devido aos danos diretos e a transmissão de doenças pela mosca-branca podem variar de 30 a 100% dependendo da incidência, época de plantio e cultura.
O objetivo deste projeto é desenvolver estratégias para o manejo integrado da mosca-branca e dos begomovírus na soja, algodão, feijão e tomate. Este projeto propõe caracterizar o sistema de controle e dos danos da mosca-branca de acordo com a percepção do produtor de modo que se obtenha um diagnóstico do manejo da mosca-branca. Com estas informações será possível avaliar a adequação das tecnologias a serem geradas no projeto em cada sistema de produção. Resultados de levantamentos de ovos e ninfas da mosca-branca, já conduzidos em plantas espontâneas e cultivadas durante cinco anos, serão modelados para o estabelecimento de um Sistema de Alerta (SA) de ocorrência da mosca-branca. Será realizada também inserção de dados e imagens relativos à mosca-branca e aos begomovírus para estabelecer um Sistema de Diagnose Virtual (SDV). O SA e o SDV estarão disponíveis na Internet e permitirá que técnicos e produtores avaliem a infestação das culturas pelo inseto e por begomovírus em tempo real.
Serão realizados levantamentos da flutuação sazonal dos biótipos da mosca-branca em diferentes locais e hospedeiros para aprofundar os estudos sobre bioecologia da mosca-branca, durante a safra e a entressafra. A interação entre a mosca-branca e os begomovírus será estudada para a compreensão dos fatores envolvidos no processo de transmissão e, consequentemente, gerar informações que serão importantes para a diminuição da transmissão dos begomovírus pelas moscas-brancas. Serão realizadas atividades de levantamento de inimigos naturais da mosca-branca em diferentes locais e de desenvolvimento de inseticida biológico a base de fungos, bactéria e de extratos vegetais para o controle de ninfas e adultos.
As dificuldades de controle da mosca-branca devem-se a resistência a inseticidas sintéticos e a planta hospedeira que também afeta a susceptibilidade do inseto ao inseticida. Desta forma será determinado também: 1) se existem alterações nos níveis de suscetibilidade da mosca-branca de diferentes regiões do Brasil aos inseticidas sintéticos para o manejo adequado de suas populações; 2) o efeito de novas moléculas de inseticidas sobre adultos e fases imaturas da B. tabaci; 3) o efeito da planta hospedeira na suscetibilidade de Bemisia aos inseticidas.
Assim, espera-se contribuir para o aperfeiçoamento do manejo da mosca-branca e dos begomovirus em agroecossistemas de produção em diversas regiões Brasileiras.