Modelos de rotulagem para melhor compreensão do valor nutricional de alimentos pelo consumidor

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A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública atual e tem afetado de maneira expressiva adultos, crianças e adolescentes. O elevado consumo de açúcar e gordura é um importante fator associado ao ganho de peso e desenvolvimento de doenças, requerendo, portanto, a implementação de políticas públicas eficientes para melhorar a saúde da população. Nesse contexto, a rotulagem nutricional frontal é considerada uma das estratégias, pois pode orientar os consumidores no momento da compra de alimentos, facilitando a escolha de produtos mais saudáveis. Diversos modelos de rotulagem com informações mais diretas e objetivas foram criados, investigados e implementados em distintos países e, no Brasil, essa questão está sendo discutida sob a coordenação da ANVISA entre o governo, iniciativa privada e a sociedade, visando propor um conjunto de medidas normativas que incluem a adoção de um modelo de rotulagem nutricional frontal e o aperfeiçoamento das regras vigentes para declaração da tabela nutricional e das alegações nutricionais. Entretanto, reconhece-se a dificuldade de compreensão da rotulagem nutricional pelos consumidores brasileiros como um dos principais problemas regulatórios. Esta pesquisa comparou a eficácia de cinco modelos de alertas nutricionais sugeridos pelas autoridades nacionais brasileiras com o esquema em uso (tabela nutricional) e o semáforo nutricional para: 1) avaliar o tempo necessário para identificar os esquemas nos rótulos dos alimentos; 2) avaliar a capacidade dos esquemas de rotulagem nutricional frontal para identificar corretamente o produto mais saudável em um conjunto, bem como o alto teor de nutrientes no produto e a saudabilidade percebida. Os resultados confirmaram as vantagens das advertências nutricionais em relação à tabela nutricional e ao semáforo para facilitar a identificação de produtos com alto teor de nutrientes associados às doenças não transmissíveis (DNT). Os resultados, obtidos em parceria com a UFRRJ, foram importante contribuição para a recomendação da ANVISA quanto à adoção de um modelo de rotulagem nutricional frontal semi-interpretativo de declaração obrigatória no formato retangular com uma lupa, para informar o alto conteúdo de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio, a qual foi colocada em consulta pública (CP 707) que ficou aberta até 09/12/2019. Esse modelo foi considerado o mais adequado para a população brasileira e, segundo a agência reguladora, deverá permitir escolhas autônomas e conscientes pelos consumidores, com menor potencial de gerar engano e sensação de medo. A contribuição dos resultados desse destaque na implementação do modelo de rotulagem nutricional terá grande impacto no mercado de alimentos industrializados, pois vai informar mais eficientemente a qualidade nutricional do produto favorecendo melhores escolhas pelo consumidor. Em decorrência desse esperado impacto, foi recomendado o prazo escalonado para a adoção, para permitir que a indústria de alimentos realize os ajustes necessários nas formulações e rotulagem de seus produtos e que a ANVISA conclua outras medidas complementares. Toda a indústria de alimentos será afetada e o impacto final esperado será na melhoria da saúde da população.

Situação: concluído Data de Início: Mon Jan 01 00:00:00 GMT-03:00 2018 Data de Finalização: Wed Jun 30 00:00:00 GMT-03:00 2021

Unidade Lider: Embrapa Agroindústria de Alimentos

Líder de projeto: Rosires Deliza

Contato: rosires.deliza@embrapa.br