O dendê é uma das principais potencialidades para o desenvolvimento sustentável da agricultura na Amazônia. A Embrapa criou em 1982 uma estação de pesquisa especificamente para desenvolver tecnologias para o cultivo do dendê, com destaque para um bem estruturado programa de melhoramento. Como resultado desse programa, a Embrapa produz atualmente sementes melhoradas de dendezeiro. Avanços significativos também foram obtidos na caracterização e avaliação do germoplasma de caiaué e de híbridos interespecíficos entre o dendê e o caiaué. Esses resultados são de fundamental importância na solução da principal ameaça à dendeicultura latino-americana, a anomalia denominada Amarelecimento Fatal (AF), que ainda não foi elucidada. Já foram estudadas hipóteses de origem biótica (bactérias, fungos, vírus, fitoplasma e insetos) e abióticas (solo, nutrição das plantas e manejo), mas nenhuma foi comprovada. A única solução encontrada para o problema até o momento é a introdução no dendê da resistência apresentada pelo caiaué, espécie do mesmo gênero com a qual se cruza e produz híbridos que podem atingir produtividade próxima ou equivalente à do dendezeiro e que são resistentes/tolerantes ao AF. Em função do exposto, a prioridade do programa é o desenvolvimento de cultivares resistentes/tolerantes ao Amarelecimento Fatal (AF), com alta produtividade e baixa taxa de crescimento vertical do tronco. Os resultados das avaliações de híbridos interespecíficos demonstram que é possível atingir produtividades de óleo superior a quatro toneladas de óleo/hectare/ano, valores próximos ao das cultivares de dendê que produzem de quatro a seis t de óleo/ha/ano. Os resultados mostram que a clonagem é de fundamental importância para que haja maior ganho genético e para que novas cultivares possam ser disponibilizadas para os produtores. Por isso, a proposta inclui a multiplicação in vitro e o resgate de embriões de híbridos interespecíficos. Para ampliar a base genética do programa foi avaliado e caracterizado germoplasma africano de dendê não melhorado. O projeto contempla também a introdução e avaliação das variedades comerciais em Roraima e no Acre e do híbrido interespecífico em áreas de incidência do AF no Pará.