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Projeto promove capacitação de técnicos agrícolas para produção de alho no Piauí
Uma ação conjunta envolvendo o Sebrae, Senar/PI, Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), Emater-PI, Associação Piauiense dos Produtores de Alho (APPA) e diversas prefeituras está promovendo mudanças no perfil agrícola de algumas regiões do estado do Piauí. Principal agente das mudanças, o cultivo do alho tem mobilizado técnicos e produtores rurais das cidades de Monsenhor Hipólito, Paes Landim, Santo Antônio Lisboa, São João da Varjota, Picos, Ipiranga, Pedro II, Inhuma, Sussuapara e Oeiras em torno do projeto "Revitalização do cultivo do alho no Piauí".
Como parte das ações alinhadas no projeto e como futuros multiplicadores das tecnologias de produção, quatro técnicos agrícolas ligados a instituições de fomento e assistência técnica participam, nas duas últimas semanas do mês de junho, de capacitação e treinamento em tecnologias de produção de alho na Embrapa Hortaliças, capitaneados pelo pesquisador Francisco Resende, coordenador do projeto e do Programa de Melhoramento de Alho. Componente do grupo de técnicos agrícolas, Fátima Almeida destaca a importância do treinamento frente ao trabalho que ela e os colegas desenvolvem no meio rural.
"É uma grande oportunidade para crescer como profissionais, pois prestamos assistência técnica a todos esses municípios com o objetivo de revitalizar e resgatar o cultivo de alho, bem-sucedido em outros tempos, com exceção de Pedro II, onde o foco é mesmo a implantação da cultura", assinala.
O técnico Edielson Rodrigues, também integrante da capacitação, explica que na maioria dos municípios incluídos no raio de ação do projeto a cultura do alho se constituiu no principal produto agrícola, uma vantagem que foi se perdendo ao longo do tempo. "Relatos sobre essa questão dão conta que nas décadas de 1970 e 1980, o Vale do Canindé e Guaribas produziam em grande quantidade, mas por falta de informação e de assistência técnica os cultivos foram se degradando até o alho não possuir mais nenhuma qualidade comercial", anota Rodrigues. "Os produtores vendiam os melhores alhos e o que sobrava era utilizado como semente, isto é, o que era plantado era material com menos qualidade".
ETAPAS
Os primeiros contatos para a execução do projeto "Revitalização do Cultivo de Alho no Piauí" aconteceram no final de 2015. Em 2016, iniciou-se o plantio de diversas variedades de alho, que incluem materiais livres de vírus – a exemplo das cultivares Amarante, Hozan, Cateto Roxo, Peruano, Branco Mineiro, Ito e Caçador– disponibilizados pela Embrapa Hortaliças. De acordo com os respectivos desempenhos vai ser possível avaliar qual variedade se adaptará às diferentes regiões de cultivo do estado. "Após essa etapa, as cultivares selecionadas serão multiplicadas para que possamos contar com uma boa quantidade e garantir o plantio com alho-semente livre de vírus de alta qualidade", observa o técnico.
De acordo com o pesquisador e coordenador do projeto, em um segundo momento pretende-se transferir para as prefeituras municipais e associação de produtores o conhecimento para implantação e manutenção de unidades de multiplicação de alho-semente livre de vírus em larga escala, viabilizando a sua disseminação para os produtores piauienses.
Com relação à escolha da cidade de Picos para sediar as primeiras ações, Resende explica que nesse caso foi levado em consideração o fato de o município pertencer a uma tradicional região produtora de alho, mas prevalece a ideia de expandir o cultivo para todo o estado. "A associação já começou a cadastrar produtores e o interesse é crescente", registra Resende, que atribui a procura "à tradição do plantio e à prosperidade que a cultura do alho trouxe para essas regiões no passado".
Anelise Macedo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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