O sistema de produção TOMATEC, desenvolvido pela Embrapa Solos, alcançou resultado altamente satisfatório na redução do número de aplicações de agrotóxicos e consequente diminuição de resíduos após a colheita dos tomates, economia com insumos, benefícios à saúde do trabalhador rural e menor impacto ao meio ambiente. Entretanto, ainda persistiam os mesmos problemas de conservação pós-colheita do tomate obtidos em outros sistemas de produção do mercado. Assim, a Embrapa Agroindústria de Alimentos executou projeto que teve entre os resultados alcançados duas (2) embalagens para cachos de tomate, um (1) insumo agropecuário e três (3) práticas/processos agropecuários. O conjunto destes resultados permitirá aos produtores que praticam o Sistema de Produção TOMATEC aumentar a vida útil dos frutos, obter uniformidade de coloração vermelha dos frutos de um mesmo cacho, reduzir e retardar o despencamento dos frutos no cacho colhido, e apresentar os frutos no mercado consumidor com a adequada identificação do sistema de produção e seus benefícios, ao mesmo tempo em que se valoriza o produto pela melhor aparência. Evidentemente, estas tecnologias também são eficazes em ouros sistemas de produção. Estes resultados foram obtido com o apoio da Embrapa Solos, e de dois produtores rurais que utilizam para fins comerciais o sistema de produção. A participação do Instituto Nacional de Tecnologia foi imprescindível para o desenvolvimento das duas embalagens. Para lidar com a extrema perecibilidade do tomate, foi desenvolvido o insumo agroindustrial revestimento filmogênico à base de gelatina, amido de milho e glicerol, que proporcionou extensão da vida útil dos tomates para 9 (nove) dias, sem refrigeração. A vantagem diferencial é a oferta por período maior, com manutenção de sua qualidade e redução da perda pós-colheita. Outros dois problemas tecnológicos foram solucionados com tecnologias introduzidas no preparo pós-colheita dos tomates em cacho: o despencamento de frutos do cacho foi significativamente reduzido (58%) pela imersão dos cachos em solução contendo ácido giberélico e a desuniformidade de cor dos frutos do cacho foi equacionada pela aplicação de etileno em recipiente hermeticamente fechado. Além disso, buscando-se uma solução tecnológica que conciliasse os benefícios da uniformidade de cor dos frutos e da retenção dos frutos no cacho, associou-se as duas tecnologias geradas, obtendo-se um terceiro resultado considerado intermediário, ou seja, obteve-se o mesmo desenvolvimento de cor, reduzindo-se o despencamento do tomate em 32%. Com isto, os produtores passam a ter opções de tratamento pós-colheita que podem ser utilizadas individualmente ou em conjunto, de acordo com suas necessidades para o atendimento de diferentes mercados (tempo de transporte, aparência e vida útil). Por fim, é sabido que os consumidores “compram com os olhos” e que, além de frutos sem defeitos aparentes, a embalagem deve ser atrativa, prática, informativa e protetora de seu conteúdo. Normalmente, os tomates são adquiridos no mercado a granel e pesados. Para o TOMATEC, foram desenvolvidas embalagens para 4 a 6 tomates, quantidade suficiente para o consumo de uma família de 4 pessoas, por 3 a 7 dias. Assim, os tomates TOMATEC são valorizados e destacados dos demais também pela embalagem. Quando o consumidor identifica a qualidade diferenciada de um produto, a tendência é que se disponha a pagar mais por ele. Atualmente, o TOMATEC é adotado por 15 produtores no Estado do Rio de Janeiro, 10 no Paraná e 7 em Minas Gerais, com demandas crescentes nestes estados e em São Paulo e Mato Grosso. A produção estimada total é de 587 toneladas por ano. Este é o público inicial previsto para a transferência destas tecnologias, cuja diferenciação no mercado certamente proporcionará impactos econômicos e sociais relevantes, decorrentes da valorização do produto pela sua maior segurança e a qualidade, por consumidores cada vez mais conscientes e melhor informados.