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Projetos envolvendo pimentas e pimentões são implementados em países da África
Acompanhar as atividades previstas nos projetos "Promoção da cadeia produtiva local de sementes: melhoramento e distribuição de variedades de pimentas e pimentão pelos agricultores" e "Melhoria nos meios de subsistência de pequenos produtores de pimentas por meio de parcerias que visam o melhoramento de germoplasma e adaptação", que vêm sendo executados, respectivamente, em Uganda e no Togo. Essa foi a missão da pesquisadora Cláudia Ribeiro, líder dos dois projetos, e dos pesquisadores Carlos Ragassi e Marçal Jorge, realizada no período de 26 de novembro a 12 de dezembro, durante viagem aos dois países africanos. Os projetos fazem parte da Plataforma África-Brasil de Inovação Agropecuária (Africa-Brazil Agricultural Innovation Marketplace).
Idealizadas pela Embrapa, as plataformas são mecanismos que atuam no financiamento de projetos voltados para o desenvolvimento e inovação da agricultura, além de fortalecer as relações entre as instituições dos países envolvidos. A exemplo da Nigéria, que entre 2012 e 2014 foi foco de projeto envolvendo ações relacionadas à avaliação e à promoção de cultivares de pimentas e pimentões, Togo e Uganda também estão alinhados na mesma conjuntura – são países que cultivam comercialmente a pimenta, mas que não têm sementes no mercado.
"As situações diferem no propósito da produção, já que Togo produz para consumo interno e Uganda para exportação, mas os problemas se assemelham, como pudemos identificar durante a nossa estada", avalia a pesquisadora, que coordena o Programa de Melhoramento Genético de Cultivares de Pimentas e Pimentões (Capsicum) da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF). Ela informa que os testes de avaliação incluíram outros materiais, além dos desenvolvidos pelo Programa Capsicum. "Numa primeira fase, foram enviados 30 cultivares e híbridos de pimentas e pimentões, encontrados no mercado brasileiro, incluindo cultivares desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças".
Nesse quesito, Togo saiu na frente no tocante à seleção: foram selecionadas as cultivares de pimenta Jalapeño M, BRS Mari, BRS Moema, e ainda o híbrido comercial de pimenta Jalapeño Plus e o híbrido de pimentão Maximus. Além desses resultados, o contato com os produtores e as visitas às áreas de cultivo levaram os pesquisadores a identificar a necessidade de ampliar o foco do projeto visando melhorar o sistema de produção de pimentas nos dois países, em temas como a produção de mudas de boa qualidade, por exemplo. "Ficou claro que o melhoramento por si só não resolve os problemas - pode-se desenvolver uma variedade com grande potencial produtivo, mas um manejo inadequado anula essa característica", atesta o fitotecnista Carlos Ragassi.
PRÓXIMAS ETAPAS
Uma visita ao Brasil, possivelmente em junho próximo, das lideranças interlocutoras da Embrapa em Togo e Uganda, inscreve-se entre as atividades descritas no projeto, como treinamento em produção de sementes de pimentas. "Além de trabalharmos em conjunto para enfrentar a questão das viroses, que tem provocado problemas na produção daqueles países, vamos mostrar a importância de contar com sementes sadias", discorre Ragassi. Ele acrescenta que além desse enfoque, serão discutidas outras possibilidades de explorar o cultivo com pimenta, a exemplo da agregação de valor por meio do processamento para produção de pastas e molhos.
A programação relacionada à presença das lideranças africanas no Brasil prevê também uma visita à Cooperativa Agrícola de Taquara (Cootaquara), "onde vamos abordar a importância da organização das cadeias produtivas e mostrar, junto com os cooperados, os pontos positivos da experiência".
Anelise Macedo (MTB 2.748/DF)
Embrapa Hortaliças
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