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20/10/15
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Produção vegetal
Software projeta estufa e materiais para cultivo protegido de hortaliças
Parceria estabelecida entre Brasil e Coreia do Sul vai desenvolver a horticultura protegida dos dois paises. O país asiático usará a experiência brasileira para enfrentar as mudanças climáticas. Entre as vantagens para o Brasil está utilização do software GH Modeler que projeta e faz simulações de estruturas para abrigar cultivos de hortaliças. Empregado pela Embrapa Hortaliças (DF), o programa de computador é capaz de avaliar parâmetros e analisar o desempenho da construção sob diferentes condições de estresses ambientais, conforme definições estabelecidas pelo usuário. "O software é um grande trunfo para o avanço das pesquisas no Brasil porque, além de projetar o desenho das estufas, indica os melhores materiais para cada modelo de estrutura", avalia o pesquisador da Embrapa Ítalo Guedes, responsável pela cooperação técnica com a equipe do pesquisador Ryu Hee-Reyong, engenheiro de estruturas do Instituto de Pesquisa em Horticultura Protegida do Rural Development Administration (RDA), instituto de pesquisa agropecuária da Coreia do Sul. A densidade e a composição do plástico utilizado, bem como a configuração da estrutura, interferem no desempenho das plantas cultivadas, e por esse motivo merecem atenção na fase de planejamento do ambiente protegido. No Brasil, utiliza-se basicamente o polietileno de baixa densidade em praticamente todo o País, enquanto na Coreia do Sul a definição do tipo de plástico é baseada em estudos de incidência de luz solar em cada uma das regiões produtoras. "A partir da experiência deles, podemos concluir que não é pertinente utilizar o mesmo plástico nas condições do Planalto Central e da Amazônia, visto que os índices de luminosidade são contrastantes. Se a mesma configuração de estrutura é utilizada de norte a sul do País, é evidente que alguma região está subutilizando o potencial do sistema produtivo", observa o pesquisador. Em decorrência da baixa latitude, os sul-coreanos adotam plásticos que permitem maior entrada de luz, mas que, ao mesmo tempo, são resistentes para suportar as fortes nevascas e os ventos típicos da região. Soluções simples economizam energia Outro objetivo dessa cooperação entre Brasil e Coreia, com vigência estimada até 2016, é promover a utilização de técnicas de baixo gasto de energia para o controle da temperatura nas estruturas de cultivo protegido do Brasil. Medidas simples como aumentar a altura do topo da construção, a cumeeira, podem diminuir a temperatura interna das estufas, uma vez que o ar quente se desloca para cima e não fica próximo às culturas. Os pesquisadores concluíram que, em regiões mais quentes, as estruturas devem ter saídas de ar e, pelo menos, quatro metros de altura em vez da medida convencional de 2,5 m a três metros de altura. Ar-condicionado, por exemplo, não é uma opção porque, além de encarecer o custo de produção, também seria mais danoso ao meio ambiente. "Nas visitas técnicas ao RDA, observamos inúmeras soluções criativas e baratas para diminuição da temperatura interna como o uso de tintas laváveis, à base de cal, no plástico das estruturas durante os períodos de maior luminosidade", relata Guedes, ao destacar também algumas soluções automatizadas como sensores de temperatura e controles de sombreamento. Na Coreia do Sul, o investimento em tecnologias de automação e outras soluções computadorizadas não somente contribuiu para o aperfeiçoamento da agricultura protegida, como também facilitou a fixação dos jovens nas atividades agropecuárias. Além de fortalecer a sucessão no campo, o cultivo protegido tem uma importância estratégica para a segurança alimentar dos sul-coreanos, tanto que a contrapartida brasileira na cooperação técnica é a avaliação de soluções tecnológicas em condições tropicais porque eles acreditam que, com o advento das mudanças climáticas, algumas regiões do país asiático − especialmente a ilha de Jeju, localizada ao sul da península − ficarão mais suscetíveis aos extremos de temperatura e precipitação. Para os pesquisadores coreanos, a experiência da Embrapa com agricultura tropical proporcionará respostas sobre como conduzir o cultivo protegido de hortaliças em um cenário futuro de aquecimento global. Preparando-se para mudanças climáticas Diante de eventos climáticos extremos, o cultivo protegido pode contribuir para a regularidade da oferta de alimentos. Em relação às hortaliças, que são culturas sensíveis a alterações climáticas, esse sistema pode ganhar protagonismo justamente por assegurar a produção em qualquer época do ano e em regiões com condições ambientais desfavoráveis, tais como: alta umidade, vento excessivo, grande incidência de pragas, entre outros. Com o intuito de aprimorar as práticas agrícolas específicas desse sistema produtivo, a partir do aprendizado adquirido com os sul-coreanos, os pesquisadores brasileiros pretendem conduzir projetos com foco no desenvolvimento de um protótipo de estrutura para cultivo protegido que seja adaptada às regiões mais tropicais do nosso País. Por meio de parcerias com empresas e universidades, o objetivo dos pesquisadores é avaliar a utilização de plásticos biodegradáveis, com maior durabilidade e menor impacto no ambiente, e desenvolver soluções que permitam o cultivo de hortaliças ao redor de grandes centros urbanos, de tal forma que as distâncias entre as áreas de produção e de consumo sejam encurtadas. "A produção em áreas urbanas e periurbanas pode garantir maior qualidade para o alimento, que será consumido logo após a colheita, com menor custo para o agricultor, já que os gastos com transporte e combustível serão reduzidos", analisa o pesquisador Marcos Braga, responsável pela pesquisa. Distâncias menores também implicam redução das perdas de hortaliças, um grande problema ambiental visto que os insumos utilizados para produzir os alimentos, como água e nutrientes, estão cada vez mais escassos. "Hoje, por exemplo, o Norte e o Nordeste importam grande parte das hortaliças de estados de outras regiões do País como São Paulo e Distrito Federal. As longas distâncias percorridas em caminhões sem refrigeração resultam em menor qualidade sensorial e durabilidade e, até mesmo, na perda do alimento", alerta o pesquisador Ítalo Guedes, ao sinalizar que o cultivo protegido nas áreas metropolitanas de Manaus, Belém, São Luís e Teresina seria muito vantajoso em termos de economia e de segurança alimentar para essas regiões. Do ponto de vista da sustentabilidade, pode-se também creditar na conta do cultivo protegido a diminuição das aplicações de produtos químicos, uma vez que o ambiente isolado dificulta a ocorrência de pragas e doenças. Grande parte das estruturas de cultivo protegido no Brasil é composta por plástico na parte superior e telados nas laterais, funcionando como um abrigo contra chuva (rain shelter) e insetos. Além da redução de insumos químicos, há considerável economia de água no cultivo protegido em virtude da menor evapotranspiração. "Estudos realizados com melão, nas condições do Cerrado brasileiro, indicaram uma redução de 30% a 40% na demanda hídrica da cultura em ambiente protegido", quantifica Braga que imagina que esse percentual se reflete também em outras olerícolas. Proteção aumenta valor agregado O cultivo protegido permite que os agricultores ofereçam ao mercado produtos com boa qualidade visual em períodos de baixa oferta e elevada cotação dos preços, contribuindo para uma boa rentabilidade, o que justifica o investimento nas estruturas protegidas. Hortaliças como tomate e pimentão, por exemplo, possuem alto valor agregado e asseguram um bom retorno financeiro para o agricultor. Com a possibilidade de se produzir ao longo de todo o ano, independentemente das condições ambientais, diminui-se a sazonalidade de preços e o efeito sobre os índices de inflação. No Distrito Federal, o cultivo protegido teve um impacto muito positivo. "Há cinco anos, a produção de morango acontecia somente de junho a outubro. Atualmente, com o uso de túneis baixos, é possível produzir o ano todo, mesmo nos meses de chuva", conta o agrônomo Antônio Dantas, coordenador de olericultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater, DF) ao acrescentar que a extensão rural está incentivando o uso de túneis também para as folhosas e para as brássicas, culturas que sofrem com o desabastecimento nos períodos chuvosos. Pesquisador Ítalo Guedes fala sobre Cultivo Protegido no programa Conexão Ciência Estimada em 70 hectares, a área de cultivo protegido no Distrito Federal cresce a cada ano, principalmente para as culturas de tomate e pimentão. "Para o produtor, um hectare de tomate custa cerca de 60 mil reais. É um investimento alto para ficar sujeito às intempéries climáticas. Por isso, o cultivo protegido desponta como uma tecnologia interessante para garantir estabilidade na produção e na renda do agricultor", opina Dantas, para quem a oferta de mais produtos na entressafra também é boa para a sociedade, visto que a curva de variação de preço fica mais atenuada. Manter competitivo o preço das hortaliças cultivadas em ambiente protegido é um fator importante, principalmente em um país que precisa incentivar o consumo desses alimentos. "Calcula-se que, hoje, o brasileiro consome, em média, 30 quilos de hortaliças por ano. Se comparar com o consumo sul-coreano, que está na casa de 170 quilos por habitante por ano, o Brasil tem um longo caminho a percorrer", sinaliza o pesquisador Ítalo Guedes. Em termos de área, também há muito espaço para crescer. O Comitê Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicação de Plásticos na Agricultura (Cobapla) [www.plasticultura.org.br] estima que, hoje, o Brasil possui cerca de 30 mil hectares de cultivo protegido, sendo o País com a maior área sob esse sistema na América do Sul. Não há dados oficiais sobre a área de cultivo protegido de hortaliças, mas, em 2007, o Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT) publicou um dossiê técnico com estimativa de dois mil hectares, aproximadamente, cultivados predominantemente com pimentão, tomate, pepino e alface. No mundo, a adoção do cultivo protegido cresceu 400% nas últimas duas décadas, passando de 700 mil hectares para 3,7 milhões. Esse tipo de sistema que tem potencial para dobrar a produtividade alcançada em campo aberto, desponta como uma tecnologia capaz de conciliar produtividade e qualidade em tempos de condições ambientais potencialmente estressantes que tendem a comprometer a produção de hortaliças.
Parceria estabelecida entre Brasil e Coreia do Sul vai desenvolver a horticultura protegida dos dois paises. O país asiático usará a experiência brasileira para enfrentar as mudanças climáticas. Entre as vantagens para o Brasil está utilização do software GH Modeler que projeta e faz simulações de estruturas para abrigar cultivos de hortaliças. Empregado pela Embrapa Hortaliças (DF), o programa de computador é capaz de avaliar parâmetros e analisar o desempenho da construção sob diferentes condições de estresses ambientais, conforme definições estabelecidas pelo usuário.
"O software é um grande trunfo para o avanço das pesquisas no Brasil porque, além de projetar o desenho das estufas, indica os melhores materiais para cada modelo de estrutura", avalia o pesquisador da Embrapa Ítalo Guedes, responsável pela cooperação técnica com a equipe do pesquisador Ryu Hee-Reyong, engenheiro de estruturas do Instituto de Pesquisa em Horticultura Protegida do Rural Development Administration (RDA), instituto de pesquisa agropecuária da Coreia do Sul.
A densidade e a composição do plástico utilizado, bem como a configuração da estrutura, interferem no desempenho das plantas cultivadas, e por esse motivo merecem atenção na fase de planejamento do ambiente protegido. No Brasil, utiliza-se basicamente o polietileno de baixa densidade em praticamente todo o País, enquanto na Coreia do Sul a definição do tipo de plástico é baseada em estudos de incidência de luz solar em cada uma das regiões produtoras.
"A partir da experiência deles, podemos concluir que não é pertinente utilizar o mesmo plástico nas condições do Planalto Central e da Amazônia, visto que os índices de luminosidade são contrastantes. Se a mesma configuração de estrutura é utilizada de norte a sul do País, é evidente que alguma região está subutilizando o potencial do sistema produtivo", observa o pesquisador. Em decorrência da baixa latitude, os sul-coreanos adotam plásticos que permitem maior entrada de luz, mas que, ao mesmo tempo, são resistentes para suportar as fortes nevascas e os ventos típicos da região.
Soluções simples economizam energia
Outro objetivo dessa cooperação entre Brasil e Coreia, com vigência estimada até 2016, é promover a utilização de técnicas de baixo gasto de energia para o controle da temperatura nas estruturas de cultivo protegido do Brasil. Medidas simples como aumentar a altura do topo da construção, a cumeeira, podem diminuir a temperatura interna das estufas, uma vez que o ar quente se desloca para cima e não fica próximo às culturas. Os pesquisadores concluíram que, em regiões mais quentes, as estruturas devem ter saídas de ar e, pelo menos, quatro metros de altura em vez da medida convencional de 2,5 m a três metros de altura. Ar-condicionado, por exemplo, não é uma opção porque, além de encarecer o custo de produção, também seria mais danoso ao meio ambiente.
"Nas visitas técnicas ao RDA, observamos inúmeras soluções criativas e baratas para diminuição da temperatura interna como o uso de tintas laváveis, à base de cal, no plástico das estruturas durante os períodos de maior luminosidade", relata Guedes, ao destacar também algumas soluções automatizadas como sensores de temperatura e controles de sombreamento. Na Coreia do Sul, o investimento em tecnologias de automação e outras soluções computadorizadas não somente contribuiu para o aperfeiçoamento da agricultura protegida, como também facilitou a fixação dos jovens nas atividades agropecuárias.
Além de fortalecer a sucessão no campo, o cultivo protegido tem uma importância estratégica para a segurança alimentar dos sul-coreanos, tanto que a contrapartida brasileira na cooperação técnica é a avaliação de soluções tecnológicas em condições tropicais porque eles acreditam que, com o advento das mudanças climáticas, algumas regiões do país asiático − especialmente a ilha de Jeju, localizada ao sul da península − ficarão mais suscetíveis aos extremos de temperatura e precipitação. Para os pesquisadores coreanos, a experiência da Embrapa com agricultura tropical proporcionará respostas sobre como conduzir o cultivo protegido de hortaliças em um cenário futuro de aquecimento global.
Preparando-se para mudanças climáticas
Diante de eventos climáticos extremos, o cultivo protegido pode contribuir para a regularidade da oferta de alimentos. Em relação às hortaliças, que são culturas sensíveis a alterações climáticas, esse sistema pode ganhar protagonismo justamente por assegurar a produção em qualquer época do ano e em regiões com condições ambientais desfavoráveis, tais como: alta umidade, vento excessivo, grande incidência de pragas, entre outros.
Com o intuito de aprimorar as práticas agrícolas específicas desse sistema produtivo, a partir do aprendizado adquirido com os sul-coreanos, os pesquisadores brasileiros pretendem conduzir projetos com foco no desenvolvimento de um protótipo de estrutura para cultivo protegido que seja adaptada às regiões mais tropicais do nosso País.
Por meio de parcerias com empresas e universidades, o objetivo dos pesquisadores é avaliar a utilização de plásticos biodegradáveis, com maior durabilidade e menor impacto no ambiente, e desenvolver soluções que permitam o cultivo de hortaliças ao redor de grandes centros urbanos, de tal forma que as distâncias entre as áreas de produção e de consumo sejam encurtadas. "A produção em áreas urbanas e periurbanas pode garantir maior qualidade para o alimento, que será consumido logo após a colheita, com menor custo para o agricultor, já que os gastos com transporte e combustível serão reduzidos", analisa o pesquisador Marcos Braga, responsável pela pesquisa.
Distâncias menores também implicam redução das perdas de hortaliças, um grande problema ambiental visto que os insumos utilizados para produzir os alimentos, como água e nutrientes, estão cada vez mais escassos. "Hoje, por exemplo, o Norte e o Nordeste importam grande parte das hortaliças de estados de outras regiões do País como São Paulo e Distrito Federal. As longas distâncias percorridas em caminhões sem refrigeração resultam em menor qualidade sensorial e durabilidade e, até mesmo, na perda do alimento", alerta o pesquisador Ítalo Guedes, ao sinalizar que o cultivo protegido nas áreas metropolitanas de Manaus, Belém, São Luís e Teresina seria muito vantajoso em termos de economia e de segurança alimentar para essas regiões.
Do ponto de vista da sustentabilidade, pode-se também creditar na conta do cultivo protegido a diminuição das aplicações de produtos químicos, uma vez que o ambiente isolado dificulta a ocorrência de pragas e doenças. Grande parte das estruturas de cultivo protegido no Brasil é composta por plástico na parte superior e telados nas laterais, funcionando como um abrigo contra chuva (rain shelter) e insetos.
Além da redução de insumos químicos, há considerável economia de água no cultivo protegido em virtude da menor evapotranspiração. "Estudos realizados com melão, nas condições do Cerrado brasileiro, indicaram uma redução de 30% a 40% na demanda hídrica da cultura em ambiente protegido", quantifica Braga que imagina que esse percentual se reflete também em outras olerícolas.
Proteção aumenta valor agregado
O cultivo protegido permite que os agricultores ofereçam ao mercado produtos com boa qualidade visual em períodos de baixa oferta e elevada cotação dos preços, contribuindo para uma boa rentabilidade, o que justifica o investimento nas estruturas protegidas. Hortaliças como tomate e pimentão, por exemplo, possuem alto valor agregado e asseguram um bom retorno financeiro para o agricultor. Com a possibilidade de se produzir ao longo de todo o ano, independentemente das condições ambientais, diminui-se a sazonalidade de preços e o efeito sobre os índices de inflação.
No Distrito Federal, o cultivo protegido teve um impacto muito positivo. "Há cinco anos, a produção de morango acontecia somente de junho a outubro. Atualmente, com o uso de túneis baixos, é possível produzir o ano todo, mesmo nos meses de chuva", conta o agrônomo Antônio Dantas, coordenador de olericultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater, DF) ao acrescentar que a extensão rural está incentivando o uso de túneis também para as folhosas e para as brássicas, culturas que sofrem com o desabastecimento nos períodos chuvosos.
Pesquisador Ítalo Guedes fala sobre Cultivo Protegido no programa Conexão Ciência
Estimada em 70 hectares, a área de cultivo protegido no Distrito Federal cresce a cada ano, principalmente para as culturas de tomate e pimentão. "Para o produtor, um hectare de tomate custa cerca de 60 mil reais. É um investimento alto para ficar sujeito às intempéries climáticas. Por isso, o cultivo protegido desponta como uma tecnologia interessante para garantir estabilidade na produção e na renda do agricultor", opina Dantas, para quem a oferta de mais produtos na entressafra também é boa para a sociedade, visto que a curva de variação de preço fica mais atenuada.
Manter competitivo o preço das hortaliças cultivadas em ambiente protegido é um fator importante, principalmente em um país que precisa incentivar o consumo desses alimentos. "Calcula-se que, hoje, o brasileiro consome, em média, 30 quilos de hortaliças por ano. Se comparar com o consumo sul-coreano, que está na casa de 170 quilos por habitante por ano, o Brasil tem um longo caminho a percorrer", sinaliza o pesquisador Ítalo Guedes.
Em termos de área, também há muito espaço para crescer. O Comitê Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicação de Plásticos na Agricultura (Cobapla) [www.plasticultura.org.br] estima que, hoje, o Brasil possui cerca de 30 mil hectares de cultivo protegido, sendo o País com a maior área sob esse sistema na América do Sul. Não há dados oficiais sobre a área de cultivo protegido de hortaliças, mas, em 2007, o Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT) publicou um dossiê técnico com estimativa de dois mil hectares, aproximadamente, cultivados predominantemente com pimentão, tomate, pepino e alface.
No mundo, a adoção do cultivo protegido cresceu 400% nas últimas duas décadas, passando de 700 mil hectares para 3,7 milhões. Esse tipo de sistema que tem potencial para dobrar a produtividade alcançada em campo aberto, desponta como uma tecnologia capaz de conciliar produtividade e qualidade em tempos de condições ambientais potencialmente estressantes que tendem a comprometer a produção de hortaliças.
Paula Rodrigues (MTB 61.403/SP)
Embrapa Hortaliças
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