A alface é uma das mais importantes hortaliças cultivadas no mundo, sendo a alface crespa o tipo mais comercializado, com 65% do mercado, seguido por: alface americana (20%) e alface lisa (10%). O percentual restante divide-se em outros tipos, tais como: romana, extra frizz e roxa. Uma característica primordial no melhoramento genético da alface para regiões tropicais é a tolerância a altas temperaturas e a resistência ao florescimento precoce e às pragas. Outra vertente importante dos programas de melhoramento genético é a adaptação de cultivares a ambientes menos favoráveis. Neste contexto, é importante desenvolver variedades com maior eficiência no uso da água, já que plantas submetidas a estresse hídrico podem exibir alterações em algumas características pós-colheita. Além do estresse hídrico, outra característica importante para a agricultura tropical consiste na perda natural de cátions básicos durante o processo de formação dos solos. Esse fato implica no desenvolvimento de um ambiente ácido nos solos, o que indiretamente provoca a toxidez por alumínio, que é altamente prejudicial à produtividade das culturas. Diante dessas considerações, a projeto visa implantar um programa de melhoramento genético de alface, por meio do desenvolvimento de linhagens homozigóticas dos tipos americana e crespa. Essas linhagens também deverão possuir tolerância ao florescimento precoce e ao lettuce mosaic virus (LMV), que são os mais relevantes problemas abióticos e bióticos, respectivamente, desta cultura. Essa fase do programa de melhoramento também irá gerar progênies de alface com resistência durável ao míldio e ao nematoide-das-galhas, e com eficiência no uso da água e do calcário.