Os tipos de vinhos da IP são o vinho tranquilo fino e nobre - branco, rosado e tinto, o espumante natural e o moscatel espumante

A produção de uvas e vinhos ocorre em diversos municípios, estando os vinhedos localizados em altitudes entre 350 a 400 m. O clima quente durante todo o ano viabiliza a produção de uvas e vinhos de janeiro a dezembro. Os vinhedos são cultivados em espaldeiras e latadas, adotando-se duas podas anuais, que resultam em duas safras, com colheitas escalonadas ao longo do ano nas diferentes parcelas dos vinhedos. A área de vinhedos com variedades de Vitis vinifera para os vinhos da IP situa-se ao redor de 500 ha.

Os vinhos tropicais do Vale do São Francisco são, na sua maioria, jovens, frescos, aromáticos, frutados e florais. Também são produzidos vinhos de guarda e mesmo vinhos nobres, a partir de colheitas de uvas realizadas em períodos específicos do ano. O carro-chefe da produção são os espumantes.

 

Detalhes da IP:

  • A área geográfica delimitada totaliza 25.138 km².
  • A área da IP inclui os municípios de Casa Nova e Curaçá, na Bahia, Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco.
  • Os vinhos são elaborados com uvas 100% produzidas na área delimitada.
  • Os vinhedos são irrigados com água do Rio São Francisco, sendo cultivados em espaldeiras ou latadas, com limites de produtividade máxima por área e manejo que possibilita colheitas escalonadas ao longo do ano.
  • Para a elaboração dos vinhos, são autorizadas 23 variedades de videira cultivadas na região, todas de Vitis vinifera.
  • A elaboração, envelhecimento e engarrafamento dos vinhos ocorre dentro da área geográfica delimitada da IP Vale do São Francisco.
  • O vinho fino ou nobre branco deve ser elaborado com uvas brancas e o rosado a partir de uvas tintas.
  • O vinho varietal possui no mínimo 85% da respectiva variedade indicada.
  • Os vinhos safrados têm em sua composição no mínimo 85% safra mencionada, que vai de janeiro a dezembro do respectivo ano.
  • Os vinhos devem atender a padrões analíticos de qualidade específicos da IP e devem ser aprovados em avaliação sensorial realizada às cegas por comissão de degustação.
  • Para poder utilizar o signo distintivo da IP, os vinhos devem ser produzidos de acordo com os requisitos do Caderno de Especificações Técnicas e devem passar pelos controles que estão sob a gestão do Conselho Regulador da IP.
  • Os vinhos chegam ao mercado consumidor com a identificação do nome geográfico ‘Vale do São Francisco’, o qualificativo ‘Indicação de Procedência’, mais o selo de controle com numeração exclusiva em cada garrafa.

Linha do tempo Linha do tempo

  • 1960 – A organização da produção agrícola irrigada da região permitiu que as terras com caatinga se tornassem áreas verdes ao longo das margens do Rio São Francisco e houvesse o plantio de videiras.
  • 1970 – Início do cultivo de variedades viníferas em projetos que envolveram enólogos e investimentos externos à região.
  • 1980 – Início da comercialização de vinhos no Vale do São Francisco.
  • 2001 – Início o projeto intitulado ‘Desenvolvimento da viticultura e vitivinicultura de qualidade no Vale do Submédio São Francisco’, estimulado pela ‘Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco’ - Valexport. O mesmo foi executado pela Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Semiárido e Itep, com recursos da Finep. O projeto introduziu e avaliou 28 novas variedades de uvas viníferas para a região, como alternativa para o incremento da qualidade dos vinhos com qualidade da região. Dentre outros resultados, foram feitos os primeiros avanços que contribuíram para a construção da IG de vinhos da região.
  • 2003 -  A criação em 2003 do Instituto do Vinho do Vale do São Francisco - Vinhovasf, entidade privada que congrega os produtores vitivinícolas da região, fortaleceu a articulação do setor produtivo na busca da Indicação Geográfica, com o apoio da Embrapa.
  • 2013 a 2018 - Execução de projeto estruturante de PD&I, contando com recursos financeiros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), reunindo uma equipe multidisciplinar de cientistas da Embrapa Uva e Vinho (coordenadora), Embrapa Semiárido e Embrapa Clima Temperado, de instituições de ensino como a Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), em parceria com o Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf) e produtores associados.
  • 2019 - Entrega dos resultados do projeto que gerou elementos para o aprimoramento da qualidade dos vinhos da região, bem como possibilitou a estruturação da Indicação Geográfica de vinhos Vale do São Francisco. As entregas incluíram: caracterização histórica e geográfica do território vitivinícola no Vale do São Francisco;  delimitação da área geográfica da Indicação de Procedência Vale do São Francisco;  caracterização do relevo, do clima vitícola, dos solos, da viticultura, das paisagens vitícolas; estudos do potencial enológico das uvas para a melhoria da qualidade, da tipicidade e da estabilidade dos vinhos tropicais; caracterização da composição química, metabólica e sensorial dos vinhos comerciais. Os resultados incluíram também a consolidação do Caderno de Especificações Técnicas e respectivo Plano de Controle dos vinhos da IP.
  • 2020 -  Protocolo do pedido de registro da Indicação Geográfica Vale do São Francisco junto ao INPI, com base os resultados do projeto de pesquisa.
  • 2022 - Concessão, pelo INPI, do registro da Indicação Geográfica Vale do São Francisco.

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