Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos

Vinho fino (branco, rosado e tinto), vinho leve, espumante natural, moscatel espumante e vinho licoroso são os tipos de vinhos da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos foi a primeira Indicação Geográfica reconhecida do Brasil. Obteve, em 2002, o registro como Indicação de Procedência (IP) junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI. A Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos posicionou o Brasil em um novo patamar de organização do setor produtivo, de produção vitivinícola e de comercialização de vinhos no Brasil.

Esta inovação na vitivinicultura brasileira apropriou no Brasil a proteção positiva do conceito das indicações geográficas, via produção em área geográfica delimitada, tendo contemplado 11 novos requisitos de produção focados na qualidade e identidade dos vinhos: 1) área de produção delimitada; 2) cultivares autorizadas, exclusivamente de Vitis vinifera L.; 3) rendimento máximo por unidade de área; 4) origem da uva proveniente da área de produção delimitada; 5) tipos de produtos autorizados; 6) elaboração, envelhecimento e engarrafamento dos vinhos na área de produção delimitada; 7) padrões de identidade e qualidade química dos produtos, mais restritivos que o estabelecido pela legislação brasileira de vinhos; 8) padrões de identidade organoléptica dos produtos, via avaliação sensorial por comissão de degustação; 9) controles de produção vitícola e enológica, por autocontrole e controle interno, através do Conselho Regulador; 10) sinal distintivo para o consumidor, através de normas específicas de rotulagem, incluindo selo de controle; 11) política de respeito às indicações geográficas reconhecidas em outros países ou no Brasil.

A estruturação da IP teve início em 1995 com um projeto de PD&I desenvolvido em parceria pela Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Clima Temperado, Universidade de Caxias do Sul – UCS e Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos – Aprovale, contando com apoio financeiro da FAPERGS.

Detalhes da IP

• A produção de uvas e a elaboração dos vinhos ocorrem exclusivamente na região delimitada da IP Vale dos Vinhedos, uma área de 81,23 km² localizada nos municípios de Bento Gonçalves (63%), Garibaldi (30%) e Monte Belo do Sul (7%);
• Para a elaboração dos vinhos, estão autorizadas 10 variedades tintas (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Tannat, Pinot Noir, Gamay, Pinotage, Alicante Bouschet, Ancelotta e Egiodola) e 11 brancas (Chardonnay, Riesling Itálico, Sauvignon Blanc, Sémillon, Trebbiano, Pinot Blanc, Gewürztraminer, Flora, Prosecco, Moscatos e Malvasias), todas elas de Vitis vinifera L.;
• Os sistemas de produção são os tradicionais da região, com padrões diferenciais de qualidade da uva para vinificação e com produtividade máxima associada ao volume de vinho produzido por hectare de vinhedo;
• Ao menos 85% das uvas devem ser produzidas em vinhedos localizados na área geográfica delimitada;
• Os tipos de vinhos autorizados são: vinho fino (branco, rosado e tinto), vinho leve, espumante natural, moscatel espumante e vinhos licoroso;
• Os vinhos devem ser elaborados, envelhecidos e engarrafados na área geográfica delimitada;
• Existem padrões analíticos mais exigentes aos estabelecidos para vinhos no Brasil;
• Para chegarem ao mercado consumidor, os vinhos devem ser aprovados às cegas por uma Comissão de Degustação; 
• O sistema de controle contempla o autocontrole e o controle interno, este último sob a gestão do Conselho Regulador
• Os vinhos da IP são identificados com um selo de controle numerado em cada garrafa

Clique aqui para acessar o regulamento da IP Vale dos Vinhedos

Clique aqui para mais informações sobre a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale) e suas vinícolas associadas.

Linha do Tempo

• 1992 - Primeiras ações da Embrapa Uva e Vinho para estimular o setor vitivinícola a estruturar indicações geográficas de vinhos como elemento de ordenamento, desenvolvimento setorial e competitividade.
• 1995 - Criação da Aprovale, estabelecendo as condições organizacionais junto aos produtores da região do Vale dos Vinhedos para a estruturação da primeira indicação geográfica brasileira.
• 1995 - Aprovale solicita à Embrapa Uva e Vinho apoio para estruturar uma indicação geográfica para os vinhos finos da região do Vale dos Vinhedos, resultando na implementação, ao longo do tempo, de diversos convênios de cooperação técnica entre as duas instituições.
• 1995 - Começa o primeiro projeto de PD&I, envolvendo a Embrapa, UCS, Aprovale e Fapergs, que possibilitou a realização da primeira etapa de desenvolvimento da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos: delimitação da área geográfica da IG, zoneamento vitivinícola, com a caracterização dos fatores naturais e dos fatores humanos.
• 2000 - Desenvolvimento do Regulamento de Uso da IP Vale dos Vinhedos.
• 2001 - Operacionalização do Conselho Regulador da IP Vale dos Vinhedos no âmbito da Aprovale e validação do seu Regulamento de Uso, com os primeiros vinhos produzidos atendendo aos requisitos do Regulamento na safra 2001.
• 2001 - Entrega de dossiê completo de pedido de reconhecimento da IP Vale dos Vinhedos ao INPI.
• 2002 - Reconhecimento, pelo INPI, da IP Vale dos Vinhedos - primeira indicação geográfica do Brasil; comercialização de vinhos da IP Vale dos Vinhedos.
• 2007 - A IG Vale dos Vinhedos passa a integrar a lista 07, de terceiros países com indicação geográfica de vinhos de acordo com o Artigo 54 (4) do Conseil de Régulation (EC) n. 1.493/1999 da União Europeia.

Observação: A partir do registro da Denominação de Origem (DO) Vale dos Vinhedos, ocorrido em 2012, os produtores têm dado prioridade à produção de vinhos da DO, que possui uma normativa de produção própria, mais restritiva que a da IP.